Foram divulgados os números do ‘Painel do Varejo de Livros no Brasil’, referentes ao 10º período de 2025, que agrega os números do setor até o mês de outubro deste ano.
Os dados apontam que o mercado de livros vem mostrando uma recuperação e reforçam o otimismo do setor livreiro nacional em relação ao resultado de 2025. A pesquisa foi realizada pela Nielsen Book e divulgada pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL).
Os números da pesquisa mostram que entre oito de setembro e cindo de outubro deste ano foram vendidos 3,83 milhões de livros, gerando um faturamento de R$ 197,05 milhões neste intervalo. Na comparação com o mesmo período de 2024, houve crescimento no volume vendido de 9,3%, de 3,5 para 3,83 milhões de unidades, e no faturamento, de R$ 176,14 milhões para R$ 197,05 milhões.
Esse resultado é especialmente relevante pois antecede ações promocionais importantes ligadas ao Dia das Crianças, data que tradicionalmente alavanca vendas no segmento infantojuvenil. O importante é que os dados da pesquisa apontam para um impulso mais generalizado ao mercado como um todo.
Os resultados do 10º período não aparecem isolados: ao longo de 2025 o mercado teve outros momentos positivos. Por exemplo, o 1º painel do ano mostrou resultados sólidos logo no início do período “Volta às Aulas”, com aumento em volume e faturamento em relação a 2024.
Contudo, há um ponto de atenção levantado pelos analistas: a chamada bibliodiversidade, isto é, a variedade de títulos e ISBNs movimentados. Apesar do desempenho recente, o acumulado do ano indica uma queda no número de ISBNs comercializados em relação a anos anteriores, o que pode significar menor diversidade editorial mesmo com crescimento em vendas e faturamento.
O desempenho do 10º painel representa mais do que bom resultado comercial: simboliza confiança renovada no hábito de leitura e no segmento de livros em um momento de transição e desafios sociais e econômicos. Para editoras e livrarias, os números abrem espaço para planejamento de lançamentos, estoques e estratégias de divulgação, especialmente em datas-chave como o Dia das Crianças e Natal.
Para o leitor e para a cultura como um todo, a retomada de vendas e faturamento pode significar maior investimento editorial, diversidade de lançamentos e manutenção de espaços de leitura e formação, vitais para o fortalecimento do mercado literário nacional.
Apesar dos sinais positivos, a queda na bibliodiversidade suscita preocupações: valorizar os livros não basta se o repertório disponível se estreita. Um mercado saudável requer variedade em gêneros, autores e vozes emergentes para garantir pluralidade de leituras e representação de diferentes perspectivas.
Além disso, o setor ainda convive com fatores estruturais: poder de compra da população, competição com mídia digital e ambiente econômico instável. Manter o ritmo de crescimento exige que editoras, livrarias e agentes culturais acompanhem mudanças de hábito, tornem o livro acessível e invistam em promoção da leitura.
O 10º Painel do Varejo de Livros de 2025 confirma que o mercado editorial brasileiro atravessa um momento de recuperação, não apenas em volume de livros vendidos, mas também em receita e recomposição de preço médio. Com 3,83 milhões de exemplares vendidos e R$ 197,05 milhões faturados no período de 8 de setembro a 5 de outubro, o setor supera os números de 2024 e alimenta expectativas otimistas para o final do ano, especialmente com datas comemorativas no horizonte.
Ainda que o crescimento não elimine todos os desafios, como a queda de bibliodiversidade, os dados oferecem um alento para editores, livrarias e o ecossistema cultural. Se bem aproveitado, este impulso pode contribuir para fortalecer a leitura, democratizar o acesso aos livros e garantir que o mercado editorial continue vibrante e plural.
Para tanto é preciso trabalhar na divulgação de obras, na apresentação de ofertas ao consumidor e apresentar ao público uma diversidade de lançamentos, com autores consagrados e novos autores, que permitam ao leitor conhecer e explorar possibilidades, ampliando seu interesse pela leitura e tornando seu leque de escolha ampla, diversificado e atraente.
Cada vez mais é preciso encantar o leitor, com livros de qualidade, tanto gráfica como de conteúdo, pois a competição com o mundo digital tende a se tornar cada vez mais acirrada.
































