Pois é, a vida nem sempre é fácil e as pessoas buscam refúgio nos mais variados lugares. Para o gaúcho de Novo Hamburgo, Maximiliano da Rosa a literatura foi o “porto seguro”, como ele explica, “quando você cresce na periferia e, numa época em que não existia internet e formas de entretenimento, a leitura é uma fuga. Enquanto muitos amigos meus, na época da adolescência, estavam às voltas com drogas e a criminalidade, eu mergulhava na literatura. Isso me afastou de problemas e me permitiu ter outra visão do mundo que me cercava. A leitura era o meu vício.”
O encontro com a literatura se deu por intermédio de uma professora de Língua Portuguesa, no sétimo ano do ensino fundamental. “Certo dia ela trouxe alguns livros para a gente ler. Eu escolhi “Dr. Miragem” do escritor gaúcho Moacyr Scliar. Li, adorei e não parei mais. Também tive influências do meu amigo poeta e músico, Everton Cidade, que me apresentou a escritores como García Lorca, Walt Whitman e John Fante, entre outros.”, relata ele.
Assim se deu o contato de Max com a literatura. Da leitura para a escrita foi um pulo, ainda na adolescência, quando percebeu que tinha facilidade para contar histórias. “Percebi que tinha facilidade para a escrita e que podia escrever no mesmo nível de alguns escritores que eu lia. Também me dei conta de que a literatura poderia me ajudar a ter uma perspectiva melhor de vida.”, descreve Max, bom para todos nós.
E, desta forma, Max foi formando sua veia literária. Num primeiro momento lendo e escrevendo poesias, adorava Mário Quintana e Carlos Drummond de Andrade. Depois passou a se dedicar aos contos, com os quais já foi premiado em concursos literários. Mas seu objetivo é alçar outros voos. “Sempre quis escrever romances e novelas. No entanto, me faltava disciplina e paciência para textos mais longos. Por conta disso tenho muitos romances inacabados.”, revela ele. Estamos esperando ansiosamente essa nova investida literária.
Enquanto espera esse momento, esse fã de Moacyr Scliar, Mario Quintana, Charles Kiefer, Rubem Fonseca, Ray Bradbury, John Fante e J. D. Salinger, segue trabalhando em seus contos. A pandemia, por exemplo, foi assunto recorrente em sua obra recente. Um momento difícil que abalou muitas pessoas, inclusive nosso querido escritor, como ele mesmo relata. “A pandemia tem sido tema recorrente nos meus contos há cerca de dois anos. Escrevi um livro todo só de histórias inspiradas na quarentena. É uma situação complicada, por conta das mortes. Nesse meio tempo, aliás, perdi meus pais por conta do coronavírus. Esse fato causou um grande impacto na minha vida, obviamente, e deverá se refletir na minha obra no futuro.”. Nossa irrestrita solidariedade e que Max consiga juntar forças para enfrentar um momento extremamente difícil como esse e que a literatura seja uma inspiração.
Agora, é pensar no futuro, nos novos projetos. Ele espera continuar publicando suas obras e participando de concursos literários. No momento ele tem um romance concorrendo em um importante prêmio internacional. Caso não vença, ele pretende publicá-lo no ano que vem.
“Apesar de escrever há muito tempo, nunca havia conseguido publicar um livro solo. Como obtive diversas menções honrosas, e venci alguns concursos, me contentei em fazer parte de antologias. Em 2020 publiquei meu primeiro livro. Intitulado “O Land Rover Negro e a Caixa de Drops”, é uma coletânea de contos. Algumas das histórias foram menções honrosas ou venceram concursos literários.”, completa Max.
Depois de ter publicado o livro “O Land Rover Negro e a Caixa de Drops”, Max teve outras obras selecionadas para publicação. Uma delas foi a coletânea de contos “Ofertas Imperdíveis”, publicada em 2022 pela editora Folheando. As histórias desse livro têm a pandemia de 2020/21 como de pano de fundo.
Ainda em 2022, o autor teve seus poemas selecionados pela Editora Toma Aí Um poema. Eles foram publicados com o título “a hora de massacrar idílios”. Entre os poemas do livro está “Sobrevivi”, que foi vencedor no IV Concurso Tavorense de Poesia em 2021.
Já em 2022 seu romance “Matilha Urbana de Desvalidos” foi aceito para publicação através da Opera Editorial e encontra-se atualmente em pré-venda no site da editora. Ainda este ano ele teve mais um livro de poemas selecionado para publicação. Foi através do Edital de Seleção de Obras Literárias Inéditas da prefeitura de Estância de Atibaia/SP. Ele é intitulado “O Som Disforme das Crenças Confeitadas” e já se encontra na gráfica. Serão editados 120 exemplares.
Que a vida continue inspirando Max e que a literatura não seja mais uma rota fuga, mas um porto seguro para que ele possa compartilhar seu talento com todos nós. Empenho e disposição com certeza não vão faltar, pois as dificuldades da vida são colocadas em nosso caminho para serem vencidas, como ele nos deixa o exemplo nesse interessante relato a seguir.
“Já passei várias dificuldades para poder imprimir meus textos quando não tinha computador e impressora. Certa vez, precisei levar um conto datilografado até uma Lan House para digitar no Word e depois, imprimir, antes de mandar para um concurso literário. Tive de ir pedalando. No meio do caminho, perdi as folhas. Como estava chovendo, elas molharam e ficou impossível ler. Fui obrigado a reescrever a história de cabeça, ali mesmo. Pelo menos o esforço valeu à pena, pois o conto acabou ficando em primeiro lugar no concurso.”
Que assim seja, e que Max continue trazendo todo o seu talento para o mundo literário, para que possamos apreciá-lo. Quem quiser conhecer o seu trabalho, é só conferir no perfil do Instagram @maximilianodarosa. Vale a pena conferir!
