Mistério é mistério, quanto mais complexo, melhor, principalmente se a história for bem montada e com um desfecho lógico e coerente, mas surpreendente. Agora vamos falar de um autor de romances policiais dos mais conceituados da história da literatura, um gênio na arte de criar quebra cabeças de difícil solução.
Ele pertenceu a chamada “Idade de Ouro” dos romances policiais e se tornou um mestre dos chamados “mistérios do quarto trancado”, um tipo de mistério que ocorre em um ambiente fechado, em circunstâncias aparentemente impossíveis, que parecem não ter solução.
Vamos conhecer a trajetória e a obra de John Dickson Carr.
A vida
John Dickson Carr nasceu no dia 30 de novembro de 1906, na cidade de Uniontown, na Pensilvânia, Estados Unidos. Era filho de Wooda Nicholas Carr, um político do partido democrata americano.
John Dickson estudou na The Hill School e no Haverford College. No início da década de 1930 ele viajou para a Europa e acabou se fixando na Inglaterra, onde vai residir entre 1931 e 1948. Ainda em 1930 ele se casa com a inglesa Clarice Cleaves e inicia sua carreira de escritor, publicando seu primeiro livro “Anda à noite”.
Ao longo de sua carreira ele publicou dezenas de obras, usando também os pseudônimos de Carter Dickson, Carr Dickson e Roger Fairbairn. Confira suas principais obras do autor.
Como John Dickson Carr
– Anda à Noite – 1930
– A forca perdida – 1931
– Caveira do Castelo – 1931
– O cadáver na fábrica de cera – 1932
– Veneno de brincadeira – 1932
– Recanto da Bruxa – 1933
– O Mistério do Chapeleiro Maluco – 1933
– O Oito de Espadas – 1934
– O Barbeiro Cego – 1934
– Vigília da Morte – 1935
– The Hollow Man – 1935
– O Assassinato das Mil e Uma Noites – 1936
– O Assassinato de Sir Edmund Godfrey – 1936
– O Tribunal Ardente – 1937
– As Quatro Armas Falsas – 1937
– Para acordar os mortos – 1938
– A dobradiça torta – 1938
– O Problema da Cápsula Verde – 1939
– O problema da gaiola de arame – 1939
– O homem que não conseguia estremecer – 1940
– O Caso dos Suicídios Constantes – 1941
– A morte vira a mesa – 1941
– A caixa de rapé do imperador – 1942
– Até que a morte nos separe – 1944
– Aquele que Sussurra – 1946
– A Esfinge Adormecida – 1947
– Abaixo de qualquer suspeita – 1949
– A Noiva de Newgate – 1950
– O Diabo em Veludo – 1951
– As nove respostas erradas – 1952
– A Terceira Bala – 1954
– As façanhas de Sherlock Holmes (com Adrian Conan Doyle) – 1954
– Capitão Cut-Garganta – 1955
– Patrick Butler para a Defesa – 1956
– Queimadura! – 1957
– A batida do homem morto – 1958
– Escândalo nas Chaminés Altas – 1959
– Apesar do trovão – 1960
– A Bruxa da Maré Baixa – 1961
– Os Demoníacos – 1962
– Os Homens que Explicaram Milagres – 1963
– Mais Secreto – 1964
– A Casa no Cotovelo de Satanás – 1965
– Pânico na Caixa C – 1966
– Escuridão da Lua – 1967
– Papa La-Bas – 1968
– O Meio-dia dos Fantasmas – 1969
– Salão Mortal – 1971
– O Duende Faminto – 1972
Como Carr Dickson
– Os assassinatos em corda – 1933
Como Carter Dickson
– Os assassinatos no tribunal da peste – 1934
– Os assassinatos do Priorado Branco – 1934
– Os assassinatos da viúva vermelha – 1935
– Os Assassinatos do Unicórnio – 1935
– The Punch and Judy Murders – 1937
– Os Assassinatos de Penas de Pavão – 1937
– A Janela de Judas – 1938
– Morte em Cinco Caixas – 1938
– O leitor está avisado – 1939
– Fatal Descent – 1939
– O Departamento de Queixas Queer – 1940
– E então para o assassinato – 1940
– Nove – e a morte faz dez – 1940
– Ver para Crer – 1941
– O Homem Dourado – 1942
– Ela morreu uma senhora – 1943
– Ele não mataria a paciência – 1944
– A Maldição da Lâmpada de Bronze – 1945
– Minhas falecidas esposas – 1946
– O Esqueleto no Relógio – 1948
– Um cemitério para alugar – 1949
– Noite na viúva zombeteira – 1951
– Atrás da Cego Carmesim – 1952
– A Copa dos Cavaliers – 1953
– O medo é o mesmo – 1956
Dickson criou vários personagens interessantes, os principais foram o Dr. Gideon Fell e Sir Henry Merrivale.
Gideon era uma figura grande, excêntrica e acima do peso, que andava com a ajuda de duas bengalas e tinha um cabelo rebelde. Muitos afirmam que o personagem foi inspirado no escritor inglês G. K. Chesterton.
No caso de Merrivale, ele também era um personagem grande, corpulento, um sujeito mau humorado, com um temperamento forte e explosivo.
Esses dois foram os personagens mais marcantes da brilhante carreira de Dickson. Ele também escreveu uma biografia de Sir Arthur Conan Doyle, publicada em 1950, que lhe um Prêmio Special Edgar, do Mystery Writers of America. Em 1970 ele conquistaria um segundo Edgar, em razão dos seus 40 anos de carreira como romancista policial.
Em 1963 Dickson sofreu um derrame, que deixou o lado esquerdo de seu corpo paralisado. Mesmo assim, ele continuou a produzir e publicar seus livros, além de escrever resenhas de livros policiais para a revista ‘Ellery Queen’s Mystery Magazine.
John Dickson Carr faleceu no dia 28 de fevereiro de 1977, de câncer no pulmão, na Carolina do Sul, onde residia.
Um mestre do mistério
John Dickson foi um dos mais brilhantes escritores de romances policiais da história da literatura. Produziu uma obra vasta e de grande qualidade. Vários de seus livros foram roteirizados para o cinema e serviram de base para séries de televisão.
Dickson foi de uma época em que surgiram grandes escritores(as) de histórias de mistério, que foi a primeira metade do século XX. Com toda a certeza ele foi um dos grandes expoentes desse período. Uma referência na arte de criar histórias intrincadas e com finais surpreendentes. Vale muito a pena conhecer a obra de John Dickson Carr, um grande mestre da literatura universal.
