Continuarei a deixar aqui o que venho sentindo com todos os acontecimentos pelo mundo afora. Esta semana estou bem incomodada, desconfortável e pensativa em várias e com muitas coisas, entre elas “miséria no mundo”, “lixos no meio ambiente”, “egocentrismo”, “displicência com a preservação da nossa Amazônia”, etc…
São muitos os assuntos, ficaríamos muito tempo descrevendo e/ou debatendo sobre tudo isso e muito mais, pois acredito que estejam incomodados com muitas coisas nos últimos anos, certo? Deixo aqui para vocês alguns questionamentos:
1) Os tópicos acima têm ligação entre si?
2) O que você pensa sobre isso?
3) O que podemos fazer para mudar isso?
4) Quais outros assuntos gostariam que eu escrevesse?
Abaixo o texto que fiz anos atrás e reescrevi hoje, o que me fez refletir o quanto “não” melhoramos, o quanto alguns lutaram, o quanto alguns mudaram, o quanto alguns se incomodam e querem mudanças, mas somente “ALGUNS” não dão conta de tudo, temos que ser a maioria, o TODO para conseguirmos vencer.
A miséria
Hoje senti medo, sabe?
Medo de tudo e de todos, dos que me rodeavam, dos que falavam comigo, dos que me olhavam…
medo do futuro, sombras do passado.
Vi algumas crianças que, encolhidas em uma esquina, com braços e pernas roxas, não paravam de tremer de frio, por falta de um agasalho.
Outras que, como abandonadas, com seus pezinhos sujos se arrastavam pelas ruas imundas da cidade e, de quando e quando, se aproximavam de alguma lata de lixo à procura de algo para acalmar a fome; depois voltavam a abrigar-se embaixo de algum viaduto ou favela.
Vi homens, já feitos, jogados nas sarjetas à espera de um auxílio…
Vi ricos que passavam em seus luxuosos automóveis como se fossem donos do mundo, com olhares de alegria, desprezando qualquer um que cruzasse seu caminho ou qualquer um que fosse de classe inferior à sua. Outros que esbanjavam dinheiro em gastos desnecessários com objetos e coisas fúteis e supérfluas.
Vi pessoas serem mortas a sangue frio, por “algo” que se diz “ser humano”, “ser gente”.
Homens falsos, fingidos, hipócritas e orgulhosos, que através da posição, esmagavam os que lhes eram subordinados.
Doenças! Quantas doenças.
Doenças que fazem separação de mães e filhos, por causa do contágio. Doenças que atacam qualquer faixa de idade. Doenças por contaminação do ar.
Vi bancas de livros e revistas, que estampavam capas poluídas, podres, indignas de serem lidas. E nessa mesma banca, vi jovens com todo o vigor da vida, com os olhos brilhantes de fascínio pararem e se deleitarem com tal tipo de literatura.
Vi ingratidão de filhos para com os pais e vice-versa.
Aí pergunto: Que mundo é este?
Não pude continuar meu caminho, pois foram essas coisas que me puseram medo. Medo de continuar, medo de que as coisas fossem piorando, medo de que as coisas que eu via, que presenciava, que eu sentia, chegassem a causar um dano em mim.
Parei então. Fiz um retrospecto de tudo que eu tinha visto e sentido. Pensei em um meio de modificar, de superar.
No caminho de volta, vim refletindo. Enquanto pensava, meus olhos percorriam tudo e “todos” como se imaginando uma transformação e pude finalmente sorrir, quando notei no meio de tantas tristezas e misérias deste mundo, num corredor frio e escuro, numa cadeira de rodas, uma criança, sem braços e pernas, sorriu para mim.
Bella Sarquiz.