A fantástica obra literária de Charles Dickens

Hora de clássico, e não estou falando de jogo de futebol, não. Mas de clássico da literatura, daqueles autores que não podemos deixar de ler.

Então, vamos falar de um grande e popular romancista inglês, Charles Dickens.

Charles

Charles John Huffam Dickens nasceu em sete de fevereiro de 1812, na cidade inglesa de Portsmouth, filho de John Dickens e de Elizabeth Barrow, o segundo de oito filhos do casal. Seu pai trabalhava na Marinha inglesa, na tesouraria. Era um homem gastador e vivia pegando empréstimos que muitas vezes não conseguia pagar.

Em 1822, por conta dos problemas financeiros do pai, a família deixa Portsmouth e vai para Londres, morar em um sótão numa área pobre da cidade. Dois anos depois John é preso por conta de suas dívidas. O menino Charles, então com 12 anos precisa ajudar no sustento da família e vai trabalhar em uma fábrica de graxa para sapatos.

Meses após a prisão de John, a mãe deste, Elizabeth, morreu deixando uma herança que permitiu à família pagar as dívidas e retirá-lo da prisão. Charles então deixa a fábrica e volta a estudar. Ainda muito novo aprendeu latim com a mãe, além disso o garoto lia muito, principalmente as novelas e alguns clássicos como Miguel de Cervantes.

Em 1827, aos 15 anos, Charles é admitido na Wellington House Academy, mas, depois de dois anos, teve que parar os estudos novamente para voltar a trabalhar. Primeiro trabalhou com um procurador de justiça, depois foi para o jornal True Sun, iniciando uma carreira de jornalista.

Literatura

Sua carreira literária começa na década de 1830. Em 1833 ele escreve uma crônica que envia para a revista “Monthly Magazine”, de forma anônima. O texto é publicado e Charles verifica que ele estava sendo bem recebido pelos leitores. Com esse incentivo ele passa a escrever várias crônicas, descrevendo o cotidiano londrino, alguns textos eram baseados em histórias reais, outros eram fictícios. Ele passou a assinar as crônicas para o jornal “Morning Chronicle”, de Londres, com o pseudônimo “Boz”. Na época o Morning era um periódico de grande circulação na Inglaterra.

Em 1836 ele publica “The Pickwick Papers” (“As Aventuras do Sr Pickwick”). Era uma série publicada em capítulos. No quarto episódio da série surge o personagem Sam Weller, empregado de Pickwick, que passa a acompanhar seu chefe assim como Sancho Pança acompanhava Dom Quixote. Essa junção fez as vendas da série dispararem e transformaram Dickens num grande sucesso.

Depois dessa experiência exitosa, Charles Dickens enfileirou uma sequência de obras literárias que foram muito bem recebidas pelo público e fizeram dele uma referência da literatura inglesa na era vitoriana. Entre suas principais obras estão “Oliver Twist”, “A Christmas Carol” (“Uma Canção de Natal”), “David Copperfield” e “A Tale of Two Cities” (“Um Conto de Duas Cidades” Essa última obra se tornou um dos maiores sucessos da história da literatura e consta entre os livros mais vendidos da história, com uma vendagem de aproximadamente 200 milhões de exemplares ao longo do tempo. A história foi adaptada para o teatro, cinema e televisão.

Confira as principais obras de Charles Dickens.

Romances

– The Pickwick Papers – 1836

– Oliver Twist – 1837

– Nicholas Nickleby – 1838–1839

– The Old Curiosity Shop – 1840–1841

– Barnaby Rudge – 1841

– A Christmas Carol – 1843

– The Chimes – 1844

– The Cricket on the Hearth – 1845

– The Battle of Life – 1846

– The Haunted Man and the Ghost’s Bargain – 1848

– Dombey and Son – 1848

– David Copperfield – 1849

– Bleak House – 1852

– Hard Times – 1854

– Little Dorrit – 1855–1857

– A Tale of Two Cities – 1859

– Great Expectations – 1860–1861

– Our Mutual Friend – 1864–1865

– The Mystery of Edwin Drood – 1870

Contos

– A Christmas Carol

– A Message from the Sea

– Doctor Marigold

– George Silverman’s Explanation

– Going into Society

– Holiday Romance

– Hunted Down

– Mrs. Lirriper’s Legacy

– Mrs. Lirriper’s Lodgings

– Mugby Junction

– Perils of Certain English Prisoners

– Somebody’s Luggage

– Sunday Under Three Heads

– The Child’s Story

– The Haunted House

– The Haunted Man and the Ghost’s Bargain

– The Holly-Tree

– The Lamplighter

– The Seven Poor Travellers

– The Signalman

– The Trial for Murder

– Tom Tiddler’s Ground

– What Christmas Is As We Grow Older

– Wreck of the Golden Mary

Outras obras

– Sketches by Boz – 1836

– American Notes – 1842

– A Child’s History of England – 1851

Vida Pessoal

A vida pessoal de Charles Dickens foi um tanto agitada, em 1836 ele se casou com Catherine Hogarth, com quem teve dez filhos

– Charles Culliford Boz – 1837

– Mary Angela – 1838

– Kate Macready – 1839

– Walter Landor – 1841

– Francis Jeffrey – 1844

– Alfred D’Orsay Tennyson – 1845

– Sydney Smith Haldimand – 1847

– Henry Carl Potchovesk – 1849

– Dora Annie – 1850

– Edward Bulwer Lytton – 1852

Uma curiosidade sobre seus filhos, os nomes escolhidos para as crianças possuíam, em geral, uma referência literária.

Em 1858, após 22 anos de casamento ele se separa da mulher. Na época, em uma Inglaterra vitoriana, o divorcio era um acontecimento reprovado pela sociedade, principalmente no caso de um escritor famoso como ele. Por essa razão ele tentou internar a mulher em um manicômio, mas o diretor do sanatório não aceitou a internação.

A essa altura Dickens estava apaixonado pela atriz Ellen Ternan. Em 1865 ele foi a França visitar Ellen, no retorno à Inglaterra acabou envolvido em um acidente, quando algumas carruagens do grupo que levava o escritor caíram de uma ponte. A carruagem em que Dickens estava escapou do acidente e ele foi de grande ajuda no socorro às vítimas.

Na pressa de ajudar os feridos, Dickens quase esquece em sua carruagem o texto ainda inacabado de um romance “Our Mutual Friend”.

Com a repercussão do acidente e do motivo da ida de Charles à França, Ellen Ternan passou a ser vista como o pivô da separação do escritor.

Apesar dos problemas, Ellen ficaria ao lado de Dickens até a sua morte, ocorrida em nove de junho de 1870, em decorrência de um derrame cerebral. Seu corpo foi sepultado na “Esquina dos Poetas”, na Abadia de Westminster, onde também estão os restos mortais de grandes nomes da literatura como William Shakespeare, Jane Austen e Emily, Charlotte e Anne Brontë.

Frases

Em seus escritos Charles Dickens também elaborou algumas frases que se tornaram famosas, como:

– “Cada fracasso ensina um homem algo que ele precisava aprender”.

– “Aquele que alivia o fardo do mundo para o outro não é inútil neste mundo”.

– “Qualquer pessoa é capaz de ficar alegre e de bom humor quando está bem-vestida”.

Genial

Charles Dickens foi brilhante em suas histórias, retratando a sociedade inglesa da era vitoriana. A linguagem acessível de seus textos e sua inventividade fizeram dele um dos maiores escritores da língua inglesa, sendo um dos mais lidos de toda a história da literatura.

Seus romances e contos receberam centenas de adaptações para o cinema, a televisão e o teatro, demonstrando a qualidade de sua obra. Mesmo hoje, mais de 150 anos após a sua morte, seu trabalho continua atraindo e encantando novas gerações de leitores em todo o mundo.

Por essa razão Charles Dickens é uma leitura obrigatória para todos os que amam a literatura.

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Escritor Carlos Carvalho

Carlos Carvalho

Sou escritor, amante de literatura e apaixonado pelos mistérios criados por Agatha Christie. Escrevo contos, poesias e romances. Sendo o Romance Policial meu gênero literário preferido. Sou formado em Jornalismo e pós-graduado em Assessoria de Imprensa e Comunicação Empresarial.

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