Agora vamos falar de autor que se tornou um grande clássico da literatura, um dos maiores escritores da língua portuguesa. Ele é considerado por muitos especialistas como o maior escritor português, ao lado de Luís de Camões. Hora de falar da vida e da obra de Eça de Queiroz.
Eça
José Maria de Eça de Queiroz nasceu no dia 25 de novembro de 1845, na cidade portuguesa de Póvoa de Varzim. Era um dos sete filhos de José Maria de Almeida Teixeira de Queiroz e de Carolina Augusta Pereira de Eça.
Ele nasceu na casa de um parente de sua mãe. Quando do seu nascimento, seus pais não eram casados, o que, para aquela época, era considerado algo indecente, um verdadeiro escândalo. Eles só viriam a se casar após a morte da mãe de Carolina, que não consentia com a união. Quando eles finalmente se tornaram marido e mulher Eça estava com mais de três anos.
Seu pai era magistrado, formado em direito pela Universidade de Coimbra, e par do reino (um sistema de títulos da aristocracia).
O jovem Eça foi criado pelos avós paternos e passou a infância e parte da juventude longe dos pais e dos irmãos. Parte desse tempo ele esteve no Colégio da Cidade do Porto, como interno. Assim como o pai, ingressou na Universidade de Coimbra para cursar direito, onde se formaria em 1866.
Nessa fase de sua vida vai manter contato o movimento estudantil português e com figuras que também marcariam a literatura lusitana como Antero de Quental e Teófilo Braga.
Após se formar em direito foi viver em Lisboa onde passou a exercer a advocacia e o jornalismo, nesse ramo passou a colaborar com diversos periódicos da época como “A Imprensa” e “Renascença”.
Em 1869 fez uma viagem ao Oriente, em companhia de D. Luís de Castro, irmão de D. Emília de Castro, com quem Eça viria a se casar. Como experiência dessa viagem Eça trouxe anotações que usaria em alguns de seus futuros escritos.
Em 1870 torna-se funcionário público e vai trabalhar na cidade de Leiria. Nessa época ele publicaria seu primeiro livro “O Mistério da Estrada de Sintra”, utilizando as notas de sua viagem.
Nesse mesmo período escreveria “O Crime do Padre Amaro”, sua segunda publicação. Além delas Eça de Queiroz produziria uma extensa obra, alguns de seus escritos seriam publicados após a sua morte. Confira a lista de publicações.
– O Mistério da Estrada de Sintra – 1870
– O Crime do Padre Amaro – 1875
– A Tragédia da Rua das Flores – 1877
– O Primo Basílio – 1878
– O Mandarim – 1880
– A Relíquia – 1887
– Os Maias – 1888
– Uma Campanha Alegre – 1890
– Correspondência de Fradique Mendes – 1900
– Dicionário de milagres – 1900
– A Ilustre Casa de Ramires – 1900
Obras póstumas
– A Cidade e as Serras – 1901
– Contos – 1902
– Prosas Bárbaras – 1903
– Cartas de Inglaterra – 1905
– Ecos de Paris – 1905
– Cartas familiares e bilhetes de Paris – 1907
– Notas contemporâneas – 1909
– Últimas páginas – 1912
– A Capital – 1925
– O Conde de Abranhos – 1925
– Alves & Companhia – 1925
– Correspondência – 1925
– O Egito – 1926
– Cartas inéditas de Fradique Mendes – 1929
– Eça de Queirós entre os seus – Cartas íntimas – 1949
Logo após ingressar no serviço público, Eça passaria para a carreira diplomática. Como diplomata ele atuaria em Cuba, Inglaterra e França.
Vida pessoal
Quando Eça de Queiroz nasceu seus pais ainda não eram casados, o que para época era um escândalo. Eles só se casariam alguns anos mais tarde e, por isso, esconderam o jovem filho por algum tempo. Por isso ele acabou sendo criado pelos avós, passando bom tempo longe dos pais e dos irmãos.
Em 1885 Eça se casou com Emília de Castro. O casal teve quatro filhos: Maria (1887); José Maria (1888); António (1889); e Alberto (1894).
Eça sempre foi um jovem de frágil compleição física tendo sofrido com vários pequenos problemas de saúde ao longo da vida.
Em 1900 foi diagnosticado com uma enterocolite, uma inflamação do intestino e do cólon. Ele foi para a Suíça fazer tratamento, mas este não surtiu efeito. Eça de Queiroz viria a falecer em sua casa, nos arredores de Paris, no dia 16 de agosto de 1900.
Frases
– Quando não se tem aquilo que se gosta é necessário gostar-se daquilo que se tem.
– Houve um filósofo que deixou aos infelizes esta máxima: Se a tua dor te aflige, faz dela um poema.
– Políticos e fraldas devem ser trocados de tempos em tempos pelo mesmo motivo.
– O amor eterno é o amor impossível. Os amores possíveis começam a morrer no dia em que se concretizam.
– Quem não conhece o poder da oração, é porque não viveu as amarguras da vida!
– Curiosidade: instinto que leva alguns a olhar pelo buraco da fechadura, e outros a descobrir a América.
– O pessimismo é excelente para os inertes, porque lhes atenua o desgracioso delito da inércia.
– A beleza exterior alegra os olhos, porém a beleza interior, faz com que o coração bata mais rápido.
– A arte é um resumo da natureza feito pela imaginação.
– O riso é a mais antiga e mais terrível forma de crítica.
– Não tenha medo de pensar diferente dos outros, tenha medo de pensar igual e descobrir que todos estão errados.
– Nos amores deste mundo, desde Eva, há sempre um que ama e outro que se deixa amar.
– Pensar e fumar são duas operações idênticas que consistem em atirar pequenas nuvens ao vento.
Um rico legado
Eça de Queiroz foi um dos grandes gênios da literatura portuguesa, com uma obra grande e rica. Algumas de suas histórias como “O Crime do Padre Amaro”, “O Primo Basílio” e “Os Maias” foram consagradas como exemplos da rica cultura portuguesa. Seus livros foram traduzidos para diversos idiomas ele se tornou uma referência nos países de língua portuguesa.
Ele nos deixou um dos mais belos legados da literatura portuguesa, que atravessou o tempo e é lembrado até hoje por sua qualidade e riqueza cultural.
