Eu me chamo Lucas Albuquerque e tenho 19 anos, nasci na cidade do Rio de Janeiro, mas vivo em Itaguaí, uma cidade vizinha.
A reciclagem entrou na minha vida por acaso, mas passou a ser algo muito importante para mim. Hoje eu encaro esse trabalho, com material reciclável, de uma forma muito séria, tanto que criei um perfil no Instagram, @recicle_artes_miniaturas, que eu alimento regularmente com minhas criações.
A ideia de trabalhar com material reciclável surgiu em 2016, quando minha irmã me sugeriu usar papelão para construir um castelo, que fazia parte de um trabalho escolar. Eu topei o desafio, fiz o castelo e gostei muito da ideia de trabalhar com papelão, com material reciclável. A partir de então passei a construir diversas peças, miniaturas, para atividades escolares.
Em 2020 decidi fazer miniaturas por hobby e em escala, principalmente em decorrência da introdução, pelo MEC (Ministério da Educação), do EAD (Ensino a Distância), que além de me deixar bastante tempo livre suspendeu uma exposição escolar realizada anualmente. Nessa exposição eu costumava a fazer esses trabalhos com papelão. Então, criei o “Recicle Artes Miniaturas”, que acabou sendo uma continuação dessa exposição escolar e ganhou corpo.
Já fiz diversas miniaturas para a página e estou sempre produzindo uma peça nova. Muitas vezes trabalho com a interação, pedindo que o seguidor decida que peça devo produzir. Cada miniatura tem um longo processo de produção antes de ficar completa, num período que leva de 26 a 33 dias. Tudo começa na escolha. Geralmente eu escolho os projetos mais pedidos pelos meus seguidores, mas as vezes faço também trabalhos mais fora da curva.
Os materiais usados na página são bem simples, com a maior parte das miniaturas sendo feita de papelão e com palitos de dente, churrasco ou picolé, com uso de garrafas PET para janelas e tudo pintado com tinta de tecido. Meu ferramental é composto de estiletes, pincéis, régua, uma tábua de carne, tesouras, compasso, pincéis, cola isopor e pistola de cola quente. Como o trabalho envolve um longo processo criativo de elaboração de proporções, formas e cores considero o meu trabalho como “artístico”, além de ser ecologicamente correto.
Uma curiosidade é que geralmente eu me baseio em plantas que baixo na internet e imprimo no papel, mas geralmente a resolução é baixíssima, resultando em uma péssima imagem. Há muitos projetos que não faço por falta de informações das medidas. Quanto mais informações eu tiver, mais preciso meu trabalho se torna.
O trabalho mais complexo que há fiz foi o Audi R10 TDI (3º projeto). Mas o projeto mais complexo ainda está por vir: uma carreta de combustível da Petrobrás, o trabalho que considero o mais difícil que ainda quero fazer.
Guardo todas as miniaturas do Recicle Artes e, em breve, penso em uma exposição, mas por enquanto minha página ainda é bem limitada em termos técnicos e financeiros. Para o futuro eu idealizo a página como mais que miniaturas de papelão, com um papel social e cultural: propagar uma consciência social sobre o meio ambiente, além de estimular de uma forma inusitada o reaproveitamento de papelão.
A reciclagem é importante porque lança os alicerces para uma economia sustentável, já que evita a derrubada de mais árvores, gera mais empregos e corta gastos na produção, sem falar que embalagens de papel reciclado podem aos poucos substituir as de plástico.
É interessante notar que todo esse projeto do “Recicle Artes Miniaturas” só existe por alguns acasos. Por exemplo, de início eu não queria usar o papelão no castelo. Se aquilo não tivesse ocorrido, as bases do Recicle Artes nunca teriam existido. Se não fossem os trabalhos de escola eu nunca teria sido estimulado a esse tipo de arte. São os menores detalhes que fazem o maior impacto.
Além do trabalho que desenvolvo, quero deixar uma mensagem sobre a importância da reciclagem em nossas vidas e no futuro do planeta. Salvando o meio ambiente estamos deixando um mundo melhor para as próximas gerações.
Espero você lá Instagram!
