Talento não tem idade e vou apresentar para vocês a prova desse fato aqui!
Começar uma carreira muito novo é bom ou ruim?
Essa é uma velha discussão. Uns dizem que é bom pois você tem mais tempo para evoluir e produzir ao longo do tempo. Outros afirmam que é perigoso pois a falta de experiência pode levar a erros que tendem a ser fatais para uma carreira.
A verdade é que as duas versões são verdadeiras, mas isso não quer dizer que as coisas sempre ocorreram de uma ou outra forma. No caso, por exemplo, de quem apresenta um talento precoce, com toda certeza vale a pena iniciar sua carreira cedo e correr os riscos. Imaginem o que teríamos perdido se Pelé não tivesse ido à Copa da Suécia porque tinha apenas 17 anos.
Para quem gosta de literatura, tem veia de escritor e sonha em viver da sua própria escrita, é muito importante começar cedo esse trabalho, para ganhar experiência, desenvolver seu talento e projetar um grande futuro.
Foi exatamente isso que aconteceu com Amanda Rangel Bittencourt, que escreveu seu primeiro livro muito jovem, antes mesmo de poder dirigir ou votar. Um grande e precoce talento, que a levou a ser capa de uma matéria no Jornal do Commercio intitulada “Talentos precoces: o mundo os espera”, onde divulgou seu primeiro livro junto com outros jovens empreendedores. Isso não para qualquer um.
A literatura entrou na vida dessa carioca desde os primeiros anos de vida, ainda bem pequena, quando sua mãe lia constantemente para ela e a incentivava com a leitura. Desde então, a literatura se tornou essencial em sua vida.
E a leitura passou a ser companhia frequente pois, como ela mesmo gosta de frisar, quando lê nunca está sozinha. “Sempre quando estou lendo, nunca me sinto sozinha. A leitura representa refúgio e lazer, leitura é conhecimento e conhecimento salva e apazigua. Dentro de um livro, existe um mundo a ser explorado, com personagens e lugares que cativam e com os quais nos identificamos. Por esse motivo, gosto sempre de estar imersa em alguma leitura para fugir um pouco da realidade.”, aponta Amanda.
Escrever sempre foi, para ela, uma forma de alívio e desabafo. É uma maneira que ela encontrou para conseguir se expressar. Com isso, ela vai montando suas histórias.
No início ela não pensava em compartilhar com outras pessoas os seus escritos. A evolução do trabalho levou com que decidisse dividir seus textos com as outras pessoas, como ela mesmo explica. “Essa vontade de compartilhar minhas histórias surgiu quando decidi focar no projeto de um livro, que foi o meu primeiro romance ‘Um mundo que sangra’. Alguns anos depois lançaria o meu segundo ‘Entre Elas’.”
Hoje, além dos livros, ela criou um perfil no Instagram @resenhasab, onde compartilha seus textos e contos mais curtos e informais.
Ela publicou seu primeiro livro ‘Um mundo que sangra’ em 2013, aos 16 anos. Um romance policial sobre uma mulher que está sendo perseguida por uma máfia de tráfico de órgãos e precisará voltar ao seu passado para descobrir o motivo pelo qual o grupo está no seu encalço.
Para ela, o processo de criação foi bem natural, como relembra. “Eu foquei nesse projeto e consegui ir até o fim. Porém, é importante falar que eu tinha 16 anos na época em que lancei o livro. Fazendo uma avaliação, hoje eu consigo perceber o quanto que evolui, como por exemplo, há diálogos e cenas que eu não colocaria novamente no livro ou faria completamente diferente. Pontualmente, eu faria um final diferente.”
Começar muito nova teve um lado positivo para Amanda, ela aprendeu rápido a lidar com as críticas. Entendeu que era importante sempre estar aberta às críticas. Além disso, ela gosta de ouvir a opinião das pessoas que leram seus livros, para ela as críticas são sempre construtivas, sejam boas ou ruins. “Gosto de ler as resenhas sobre meus livros e fico feliz de saber que estou sendo lida. Também incentivo os outros a ler e escrever.”, resume ela.
O segundo livro, ‘Entre elas’, foi publicado cinco anos depois, aos 21 anos. Também um romance policial, mais sóbrio, sobre amizade e confiança entre duas jovens amigas, que se veem envolvidas em um assassinato dentro do colégio.
Ela gosta de escrever ficção e adora romances policiais e romances. “Essa temática me atrai porque, embora seja ficção, são gêneros que cabem dentro da realidade, de certa forma. Gosto também literatura fantástica, porque sair da realidade também faz bem.”
Para ela, a inspiração para escrever surge naturalmente, porém tem origem nos livros que lê, nas pessoas que conhece e lugares onde já esteve. Esses elementos são básicos para seu processo de criação e escrita. “O processo geralmente ocorre quando estou precisando ou querendo falar sobre um desses três elementos e acabo criando um mundo onde eles estão presentes, de forma literal ou metafórica.”, descreve Amanda.
Ela tem um gosto variado para a leitura. Seus livros preferidos são: “Me chame pelo seu nome” e “Me encontre”, do André Aciman; “Fora de mim”, da Martha Medeiros; “O filho de mil homens” do Valter Hugo Mae; “O Iluminado” e “O cemitério”, do Stephen King; “O casamento”, de Nelson Rodrigues; “Os enamoramentos”, do Javier Marías; “A mulher na escada”, do Bernhard Schlink; “Enclausurado”, do Ian McEwan
Ela está sempre com planos em termos de literatura e pretende continuar a escrever suas histórias, que realmente são muito interessantes e mostram o talento dessa jovem escritora. Por enquanto não há um novo lançamento previsto, mas estamos torcendo para que isso ocorra o mais breve possível.
Se você ficou interessado e que conhecer melhor o trabalho da talentosa Amanda Bittencourt, pode visitar seus perfis no Instagram @resenhasab, onde ela compartilha textos e contos e @amandabittenc.
E viva o talento precoce dos nossos escritores!