Boris Gucovski

Uma das coisas mais interessantes do mundo da literatura e da escrita é que ele comporta qualquer enredo que a sua imaginação seja capaz de conceber. A beleza de um romance, o suspense de uma história policial, os enigmas do nosso inconsciente, a fantasia de outros mundos. Enfim, tudo cabe no “papel” quando a mente do autor se permite. O caminho a seguir, cada um vai escolher o seu, de acordo com suas próprias características e gostos.

Quando, por exemplo, o tom sombrio é o melhor enredo para temperar uma boa trama literária. Para muitos isso pode parecer carregado, doloroso e difícil de se lidar, mas para Boris de Lima Bulhões Gucovski é matéria-prima de alta qualidade para seus projetos literários.

É assim que esse jovem de 28 anos, natural de Duque de Caxias, Rio de Janeiro, lida com a escrita. “O que me atrai é o lado sombrio que a pessoa carrega e que cada vida esconde. Não tenho tanto interesse em retratar leveza e beleza, pois isso muita gente faz melhor que eu. Nessa vertente jamais poderia ser autêntico. Gosto de mostrar o que as pessoas gostam de esconder. Destacar o quão longe no espectro sombrio o ser humano é capaz de ir e confrontar meus leitores com essas conclusões.”, define ele.

Precisamos concordar que é uma proposta diferente e audaciosa, pois não é simples desnudar os pensamentos mais sombrios do ser humano. Mas para Boris isso é instrumento básico de trabalho.

Sua vertente literária começou a florescer quando cursava a faculdade de Letras na UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) em 2013/2014. Impulsionado pela escrita criativa desenvolvida na universidade, desenvolveu um conto, depois vieram outros e Boris gostou do que estava escrevendo. Assim como outras pessoas leram e gostaram também.

Apesar do talento para contar histórias, sua relação e o amor pela literatura e a escrita surgiram apenas depois que ele completou 20 anos. Boris confessa que até essa idade não nutria interesse pela leitura. Contudo uma vez fisgado por ela, nunca mais parou de ler. E reconhece a importância da leitura: “ler representa crescimento, capacidade de comunicação, conhecimento de mundo, me tornar alguém melhor, alguém que me orgulho de ser.”, completa.

E que ninguém pense que o caminho da escrita é fácil. Pelo contrário, ele pode ser dolorido, confuso e disperso no tempo, até que você consiga ligar todos os pontos. Esse foi o processo de criação do primeiro livro de Boris, “O Fator Fernanda”, como ele mesmo explica.

“Eu era amante, sobretudo do cinema, quando decidi escrever uma história, ainda não tinha despertado o amor pela literatura. Estudei por conta própria teoria de storytelling, com diversos livros, “Story”, de Robert McKee, foi o mais expressivo de todos que li. Então, escrevi um primeiro roteiro de filme, que ficou péssimo. Isso em 2015. Segui escrevendo alguns contos nesse intervalo até 2019, quando tive a ideia para “O Fator Fernanda” em um sonho. Decidi escrever o segundo roteiro, e esse ficou realmente bem estruturado, coeso e envolvente. Mas por falta de conexões no meio cinematográfico, engavetei a história. Até que uma conhecida, dona de uma editora, me incentivou a adaptar a história para um livro, o que eu fiz, num período de seis meses, e isso me ajudou a desenvolver ainda mais o amor aos livros. Infelizmente perdi o contato com essa conhecida, mas a vontade de ter essa história publicada persistiu e consegui esse contrato em dezembro de 2020, com a Chiado Books.”

Boris Gucovski escritor ficcao drama romance livro O Fator Fernanda

“O Fator Fernanda” foi lançado em março de 2021, sonho realizado por Boris. Um romance ‘não convencional’, como ele mesmo define: “Romances que saem do padrão, que não são açucarados, pelo contrário: confusos, doloridos, incertos, bizarros, um amor que provavelmente não faz sentido lógico”. A história é sobre Théo, um homem recluso e solitário, de 26 anos, que trabalha no bordel de seu pai. Ele sofre de depressão devido a diversas perdas em sua vida pessoal. Todavia, mesmo com tudo isso, nutre o desejo de iniciar um relacionamento amoroso. Fernanda, uma mulher extrovertida e independente, de profissão nada comum, aparece em sua vida nesse contexto. E… Bom o resto da história vocês podem conferir comprando o livro.

O xodó com o livro é tanto que ele fez questão de trabalhar na capa da obra, muito interessante por sinal. “A capa era um desafio, então testei diversas junto à editora e decidi tentar eu mesmo criar uma composição que expressasse o tom diferente, sério do livro. Cheguei, após dois dias, à capa que vemos. Expressa a solidão de Théo e a força viva, colorida, que ilumina todo seu quarto, que é Fernanda. Porém, ela está dentro de um computador…”

Esse é Boris, orgulhoso de sua escrita forte e sombria, que fez sua esposa chorar lendo um conto seu de 10 páginas, “Roberta e Lívia”. Sua escrita pode ser sombria, mas leitura é bem eclética, pois gosta de Machado de Assis, Graciliano Ramos, Lygia Fagundes Telles, Clarice Lispector, Dostoiévski, Tolstói, Stephen King e Kafka.

Seus planos literários são continuar lendo e escrevendo cada vez mais. No momento, ele possui 15 contos não publicados e uma ideia de romance que ainda está em desenvolvimento. Para ampliar seu repertório como escritor, ele adota a prática de uma observação permanente. Vivendo e observando ele não permite que nenhuma ideia escape. Se gosta o suficiente dela, a desenvolve. Se ela merecer, vira um conto. Se merecer muito, vira um romance. E assim Boris vai construindo seus textos. Ele já transitou por vários formatos de escrita, crônicas, ensaios, contos e romance, hoje prefere os contos e romances.

Para o futuro, ele pretende continuar lendo e escrevendo muito, moldando cada vez mais a sua escrita e o que o diferencia de outros autores. Ele deseja escrever outros romances e publicá-los tanto no formato físico como no digital. “Estou a pleno vapor e não tenho nenhum plano de parar de escrever!”, relata Boris.

Boris Gucovski escritor ficcao drama romance livro literatura

Depois do sucesso de “O Fator Fernanda” estamos torcendo para que muitos venham na sequência. Afinal, por mais sombria que seja a história, sempre haverá luz no fim do túnel, ou melhor, sempre haverá uma boa narrativa. Para saber mais detalhes desse jovem e promissor escritor, confira o perfil dele no Instagram @borisgucovski.

Compartilhe este post nas suas redes:

Deixe um comentário

Quem leu este post também gostou:

Escritor Carlos Carvalho

Carlos Carvalho

Sou escritor, amante de literatura e apaixonado pelos mistérios criados por Agatha Christie. Escrevo contos, poesias e romances. Sendo o Romance Policial meu gênero literário preferido. Sou formado em Jornalismo e pós-graduado em Assessoria de Imprensa e Comunicação Empresarial.

Mais Lídos

Categorias

Meus Livros

Conheça todas as minhas obras.

Newsletter

Se você gostou desse espaço e quer receber com exclusividade as novidades que vão pintar por aqui, faça o seu cadastro!

Convidados

Se você quer participar desta viagem cultural e publicar seu texto aqui no meu site, clique no botão abaixo, preencha corretamente os seus dados e aguarde o contato!