A leitura liberta e nos dá “asas” para que possamos viajar. Ela também pode ser utilizada como o grande segredo da criação. É assim que essa carioca de 35 anos, que navega nas redes sociais usando pseudônimo ChasAnna se relaciona com a leitura. Para ela, ler abre portas para a imaginação, indo muito além da escrita, vendo a leitura em tudo que pode ser lido. Um desenho, um prédio, uma expressão facial, ao andar pela rua e reparar o corre-corre das pessoas. Para ChasAnna, se absorvemos o que vemos no dia a dia, certamente estaremos nos enriquecendo. Aí está o grande segredo da criação.
Essa relação não poderia ser diferente já que ela é filha de professores. Então, felizmente, o que nunca faltou em sua casa foram livros. “Sempre tive uma estante lotada de livros que nem dei conta de ler todos. Eram mais de 1000 certamente. Mas os que eu mais gostava de ler eram as enciclopédias, por causa dos fatos históricos.”
A convivência com os livros despertou a imaginação dessa arquiteta, viciada em filmes e séries. E essa fusão não poderia ter sido melhor e ChasAnna resolveu juntar tudo no mesmo caldeirão e criar histórias fantásticas para nos oferecer.
“Por que não juntar as coisas que eu amo? Então comecei a pesquisar conservatórios para essa nova formação Production Design, que exigiam um portfólio. Criando uns personagens, seus cenários, surgiu aí a história de ‘Deuses da Floresta’. Depois me dei conta que já tinha escrito 24 capítulos em 2 semanas. Me apaixonei por eles e resolvi apresentá-los ao mundo.”, relata ela.
Surgia aí um novo mundo, baseado em fatos históricos e lendas, principalmente da América do Sul, tudo isso com uma pegada geek, definição de pessoas tímidas e inteligentes que se interessam por computadores e pesquisam sobre assuntos de que gostam. Assim, ChasAnna criou seu primeiro livro que faz parte da trilogia “Deuses da Floresta”.
O livro gira em torno da filha do Conde de Neiva, Maíra, uma estrangeira que foi morar em uma terra recém-descoberta cheia de nativos, com crenças em deuses, seres e monstros desconhecidos ao seu povo. Ela se envolve em uma história de amor com um ser sobrenatural que tenta salvá-la de uma trágica predestinação, ligada à batalha dos Deuses da Floresta.
Não bastasse escrever três obras em apenas um ano, em seguida, Chasanna resolveu apostar numa temática mais popular em “Meu caçador e eu” para atingir em cheio o público-alvo, com as lendas: vampiros, lobisomens e bruxas. Embora o assunto seja conhecido, a escritora surpreende com uma abordagem nada convencional, usando como base de tudo a mitologia dos celtas.
Na história, os sentimentos amor e ódio são usados de maneira extrema, são a causa de uma grande maldição.
Laysla é oferecida a serviço do mal ainda no ventre de sua mãe que, obcecada por vingar a morte de seu pai, não sabendo da gravidez, se entregou por inteira à Morrigan. Mais tarde, para protegê-la da Igreja, a qual a mando do misterioso Rei Luigi deveria matar todas as crianças nascidas durante o ano da oferta pagã, deixou sua bebê sob cuidados alheios. Ela era uma menina aparentemente normal, vivendo com sua família adotiva. Mas Laysla, híbrida, não era a única predestinada. O seu irmão de consideração, Kairon, deveria caçá-la.
A obra se passa, inicialmente, na Idade Média e por mais que se categorize como um romance sobrenatural, assuntos reais são enfatizados, como os problemas que as mulheres enfrentavam nesse período.
O livro, que nasceu no Wattpad, foi destaque do perfil oficial da plataforma em Suspense e Fantasia nos meses de março e agosto do ano de 2022. E além de estar sendo reconhecido por meio deles, comentários de seus leitores como “nunca li nenhum livro assim” e “esse livro daria um ótimo filme” são o grande motivo de orgulho, visto que o seu sonho é fazer parte do meio cinematográfico.
E falando em cinema, Chasanna, enquanto desenvolvia o livro “Meu caçador e eu”, escreveu a história “Nem nos melhores sonhos”. Um romance chick lit entre uma estudante de cinema e seu ídolo Hollywoodiano.
Inspirado nos próprios anseios e nas pesquisas, em busca das bolsas nos melhores conservatórios dos Estados Unidos, a escritora decide mostrar aos leitores o processo de aplicação semelhante à realidade, como uma aluna que não consegue o auxílio integral faz para se manter no local, as dificuldades com a língua inglesa natal, o preconceito e de quebra, faz a protagonista Carol se esbarrar com o seu ator preferido, Andrew McConie, durante a sua prova de figurino, no estágio em que ela faz parte. Algo totalmente possível, se tratando de Los Angeles.
O casal passa por momentos turbulentos, devido às matérias nas redes sociais, onde é mostrada a pressão que muitos famosos sofrem, quando a irrealidade é apresentada ao público. Tudo isso através de ilustrações digitais com fake news, páginas do Instagram, stories com vídeos, conversa de WhatsApp, matérias no Google e outros sites, levando o leitor a imergir na “fofoca”, que intitula a nova série da escritora.
Da série Fofoca fazem parte: o livro “Nem nos melhores sonhos”, o conto “O que ele perdeu (Spin-off de Nem nos melhores sonhos)” e o livro/novela “Qual dos dois?”
“Qual dos dois?” aborda um tema polêmico, um romance trisal entre os filhos de um candidato a prefeito extremamente conservador, Vicente e Benício, e a estudante de arquitetura, Heloísa. E para levar a carreira do político à ruína, o partido oposto vaza um vídeo dos três. Como a filmagem chegou até eles, ninguém sabe. Mas nada aconteceu por acaso, a menina foi escolhida desde o início para compor o escândalo, antes mesmo de seu envolvimento com os gêmeos. O livro também trata da questão do TDAH, transtorno de déficit de atenção com hiperatividade, que atinge um dos irmãos.
Sendo integrado a série “Fofoca”, “Qual dos dois?” também possui ilustrações que contém pistas para ajudar o leitor a solucionar os mistérios. O livro/novela, em pouco tempo no Wattpad, já se tornou destaque no perfil oficial do Wattpad em Suspense no mês de novembro e se encontra em andamento.
Traumas, inseguranças, sonhos, superação e novas experiências sexuais também são retratados nessa série.
Ainda bem que a timidez que a impediu de revelar seu nome não a impediu de compartilhar conosco suas histórias. Com ou sem pseudônimo que ela nos ofereça muitas aventuras. Se quiser conhecer mais o trabalho de ChasAnna, corre para conferir o seu perfil no Instagram @autorachasanna ou no link linktr.ee/Chasanna.
