Pessoal, vamos falar mais um pouco sobre a nossa saúde, isso é sempre muito importante. Pode parecer exagero todo mês eu escrever um artigo sobre questões relacionadas com a nossa saúde, mas não é. Já falamos do Setembro Amarelo, do Outubro Rosa, do Novembro Azul, agora vamos completar nosso arco-íris falando de mais uma campanha extremamente importante para toda a sociedade. Nesse texto vamos falar do Dezembro Vermelho, que trata da campanha de conscientização para a prevenção e o tratamento precoce da Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida).
Vamos entender melhor o que é essa doença que assombrou o mundo nas últimas duas décadas do século passado e nos tirou milhares de vidas. Vamos ver como ela surgiu, como prevenir, como identificar e tratar essa síndrome. E também vamos conhecer e fortalecer a campanha do Dezembro Vermelho.
Então vamos nessa!
Aids
A Aids é uma doença infecciosa, provocada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) que ataca o sistema imunológico da pessoa, responsável pela estrutura de defesa do nosso organismo contra as doenças. O HIV é capaz de alterar o DNA dos linfócitos T CD4+ e gerar cópias de si mesmo. Após essa multiplicação, eles rompem os linfócitos e se espalham em busca de novas células para ampliar a infecção.
HIV
O HIV é classificado como um retrovírus, sendo uma doença transmitida sexualmente.
Os vírus são parasitas que se hospedam dentro das células e utilizam sua estrutura para se reproduzirem. Eles possuem somente um tipo de material genético DNA ou RNA. Quando o vírus possui o DNA ele é chamado de Adenovírus, quando ele tem o RNA, é chamado de Retrovírus.
Esses vírus possuem propriedades comuns, como período de incubação prolongado antes de surgirem os sintomas da doença; infecção das células do sangue e do sistema nervoso; e queda acentuada da defesa do sistema imunológico.
Sistema Imunológico
Nosso corpo sofre ataques diários de bactérias, vírus e diversos tipos de micróbios. Para manter seu equilíbrio o corpo reage por intermédio da sua estrutura de defesa, o sistema imunológico.
Esse sistema é composto por milhões de células dos mais variados tipos e com diversas funções de defesa com o objetivo de manter nosso corpo protegido contra as doenças.
Os linfócitos T CD4+, que são uma dessas células de defesa, são o principal alvo do HIV. Conhecidos como glóbulos brancos, são responsáveis pela organização da defesa do corpo e das respostas às agressões sofridas por ele. O HIV ataca os linfócitos, penetrando em seu interior e se multiplicando, afetando a capacidade dessas células de reagirem de forma adequada aos ataques sofridos pelo organismo. Isso torna o corpo mais vulnerável a diversos tipos de agressão. Na medida em que o organismo perde a força para reagir aos ataques a pessoa adoece com mais facilidade. É o quadro da Aids.
Transmissão
O vírus HIV é transmitido de várias formas, as mais comuns em razão das relações sexuais. Mas também existem outras formas de contágio, por isso é importante conhecê-las e buscar as formas adequadas de prevenção. Confira as formas mais comuns de contágio:
– sexo vaginal sem camisinha
– sexo anal sem camisinha
– sexo oral sem camisinha
– transfusão de sangue
– compartilhamento de seringa
– instrumentos cortantes não esterilizados
– da mãe infectada para o filho no período da gravidez, no parto e na amamentação
Conhecendo as formas de contágio é mais fácil buscar a prevenção adequada. Outro fator que precisamos combater é a desinformação, que gera, muitas vezes, atitudes preconceituosas. Confira, abaixo, ações que não transmitem o vírus HIV:
– sexo feito com a prevenção adequada
– beijo no rosto ou na boca
– suor e lágrima
– aperto de mão ou abraço
– utilização de talheres e copos
– utilização de sabonete, toalhas ou lençóis
– utilização do mesmo assento de ônibus ou outro meio de transporte
– banho na mesma piscina
– doação de sangue
– masturbação a dois
– contágio pelo ar
Diagnóstico
Como acontece com toda doença, quanto mais cedo for detectada a presença do HIV no organismo de uma pessoa, melhores são as condições de tratamento e ampliação da expectativa de vida. Por isso é importante que quem passou por uma situação de risco, como as citadas acima, faça a testagem.
É importante cuidado no momento de fazer a testagem, pois existe o que os especialistas chamam de “janela imunológica”, que é o intervalo de tempo entre a infecção pelo HIV até a primeira aparição dos anticorpos produzidos pelo sistema de defesa da pessoa. Em geral esse período da “janela imunológica” é de 30 dias, podendo variar de acordo com a reação de cada organismo.
O diagnóstico do HIV é feito por meio de exame de sangue ou pela coleta de fluido via oral. No Brasil existem os exames laboratoriais e os testes rápidos, que detectam a presença dos anticorpos anti-HIV em aproximadamente 30 minutos e são realizados de forma gratuita pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
Tratamento
O tratamento contra o vírus HIV é feito pela utilização de medicamentos antirretrovirais (ARV), que atuam para fortalecer o sistema imunológico e evitar o enfraquecimento do organismo, que é causado pelo HIV. Uma vez diagnosticada a presença do vírus, o tratamento deve ser permanente, a base de um coquetel desses ARV’s.
No Brasil, desde 1996 que o Ministério da Saúde, por meio do SUS (Sistema Único de Saúde), oferece de forma gratuita medicamentos para tratamento do HIV. A utilização desses medicamentos tem garantido uma vida prolongada e saudável a muitos portadores do vírus. A utilização, de forma adequada e permanente, dos antirretrovirais pode reduzir a carga do HIV a pontos mínimos, até mesmo não detectável no organismo. Por isso a importância de seguir, de forma correta, o tratamento indicado pelos médicos.
Dezembro Vermelho
Na década de 1980 o mundo foi assombrado por um novo tipo de doença, a Aids. Era algo novo e desconhecido e que chegou com muita força até que o mundo científico pudesse identificar as formas de contágio e os governos iniciassem campanhas de prevenção. A partir de então, muitos estudos foram feitos no meio acadêmico para buscar formas de curar a Aids ou pelo menos manter a doença sobre controle. Infelizmente muitas vidas foram perdidas até que conseguíssemos atingir um ponto de controle da doença.
Em 1987 a Assembleia Mundial de Saúde, com o apoio da ONU (Organização das Nações Unidas) instituiu o dia primeiro de dezembro com o Dia Mundial de Luta Contra a Aids. O objetivo era oferecer aos portadores do vírus solidariedade, tolerância, compaixão e compreensão, ainda muito discriminados naquele período. O passo seguinte foi ampliar a data, transformando o mês de dezembro no mês de mobilização contra o vírus HIV e o preconceito em torno da doença.
A escolha do vermelho veio do fato do laço vermelho já ser usado, na época, como símbolo de comprometimento e solidariedade na luta contra o HIV e a Aids. A ideia do laço surgiu com um grupo de profissionais do ramo das artes, o Visual Aids, que utilizaram o laço para homenagear amigos que estavam morrendo ou já haviam falecido com a doença.
No Brasil a data de primeiro de dezembro foi adotada em 1988, por meio de uma Portaria do Ministério da Saúde. Já a campanha do Dezembro Vermelho foi instituída pela Lei nº 13.504/2017, com o objetivo de criar uma mobilização nacional em torno da luta contra a Aids, o vírus HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis, destacando a importância da prevenção, do acolhimento e da proteção às pessoas infectadas.
A campanha engloba a mobilização por meio de diversas atividades, buscando promover a iluminação de prédios públicos com a cor vermelha; a promoção de palestras e atividades educativas; veiculação de campanhas e a realização de eventos. Desta forma, cria-se um ciclo de ações que são realizadas com o objetivo de chamar a atenção para esse tipo de doença, mostrando as formas de prevenção e a importância dos cuidados a serem tomados e, também, para difundir a solidariedade àquelas pessoas que contraem o vírus.
Prevenção e solidariedade
As campanhas de prevenção são fundamentais para conscientizar a população e evitar a propagação das mais diversas doenças, como é o caso da Aids. Prevenir é sempre melhor do que remediar. Mas, infelizmente sabemos que nem sempre isso é possível e as doenças estão sempre presentes, assim como o risco de contraí-las.
Mas, essas campanhas são muito importantes não só sob o ponto de vista da prevenção, mas também para despertar a solidariedade em torno das pessoas que são portadoras do vírus. Tente imaginar o que deve sentir um ser humano que contraiu um vírus como o HIV, que precisa lutar pela vida e ainda sofre com o distanciamento de outras pessoas. Num momento difícil como esse o carinho de outras pessoas é muito importante, E essa discriminação foi muito forte na década de 1980, quando a doença era desconhecida e provocava medo e preconceito. Não quero dizer, com isso, que o preconceito tenha acabado. Ele persiste, em muitos casos ainda é forte, mas têm diminuído. Por isso, a importância de campanhas que estimulem a compreensão sobre a doença e a importância de sermos solidários.
Deixe aqui seu comentário. Vamos falar sobre o tema e estimular a tolerância, o carinho e a solidariedade.
Vamos viver a vida sem discriminações!
Prevenir, sempre. Discriminar, jamais!