Leandro Bertoldo e sua relação de profundo amor e afeto com a literatura

Esse foi o sentimento que o mineiro de Belo Horizonte Leandro Bertoldo Silva desenvolveu em relação à literatura. “A leitura é a minha companheira de todas as horas. Tenho livros de cabeceira porque não consigo ficar sem eles nem na hora de dormir. A leitura é uma forma de conhecer o mundo e a nós mesmos; portanto, uma maneira de nos desenvolvermos como seres humanos.”, define ele.

E esse amor se desenvolveu de uma forma muito singela, que criou raízes na leitura, frutificou e gerou belas histórias. Ele mesmo explica a relação, “aos sete anos de idade quando subia em um pé de ameixa que ficava na casa da minha avó e lá eu lia os livros que levava comigo e usava os galhos da árvore como estante. Foi minha primeira biblioteca. Eu não tinha uma ideia muito clara do que aquilo representava, mas aquilo me encantava e eu sabia que também queria inventar histórias. Primeiro me fiz leitor e depois escritor. O primeiro livro que li foi “O caso da borboleta Atíria”, da antiga Coleção Vaga-Lume, mas, a partir de José Lins do Rego e o livro “Menino de Engenho” minha condição leitora deu um salto e fui conhecendo Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade, Fernando Sabino, Clarice Lispector.”

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E essa relação só fez crescer e se tornou tão intensa que teria uma grande influência na vida de Leandro. “Essa história é tão forte em mim que eu brinco ao dizer que tive dois nascimentos: um do ventre da minha mãe, quando vim para o mundo e outro do pé de ameixa, quando eu nasci para a vida. Eu sou fruto dessa árvore. Eu tinha, como disse 7 anos de idade, e até hoje, aos 48, essa árvore me acompanha com o nome de Árvore das Letras. A Árvore das Letras é o pé de ameixa.” Só esclarecendo, Leandro adotou esse nome em seu perfil do Instagram.

A árvore deu belos frutos e Leandro começou a escrever seus livros. Sua primeira obra foi um processo denso de criação, “foi um processo intenso, contínuo e de esperas… Levei 15 anos para escrever ‘Janelas da Alma – uma tempestade íntima um conflito, um retorno’. O início foi arrebatador. Escrevi até um ponto em que nada mais era possível fazer, por mais que eu tentasse. Sonhava com o personagem e, no sonho, dizia a ele que eu precisava escrevê-lo. Ele nada falava, apenas sorria e eu acordava. Anos depois, já casado e pai, ao ouvir um trecho de uma música ao piano, composta por um amigo, o personagem apareceu em minha mente como se já estivesse pronto. Em dois meses terminei o livro, que ficou 15 anos em minha cabeça. Entendi que Jorge, o personagem, precisava de um tempo de maturidade que eu naquele primeiro momento, não tinha para dar a ele. Tão logo isso aconteceu, o livro surgiu.”

E esse foi somente o primeiro livro de Leandro. Felizmente, depois vieram outros, como ele mesmo descreve. “Tenho um livro de contos curtos, chamado “Entrelinhas contos mínimos”, onde busco escrever nos silêncios entre uma linha e outra. É um livro que um conto de uma página às vezes vale por um livro de duzentas… Tenho um livro de haicais, que são pequenos poemas de 3 versos de 5, 7 e 5 sílabas totalizando 17 sílabas, versando sobre a natureza externa e interna, que funciona como momentos de reflexão.” “Tenho um livro infantil chamado “O Menino que Aprendeu a Imaginar”, que conta a história de um menino que não sabia que gostava de ler até que, pela primeira vez, abriu um grande livro de histórias incentivado por seu brinquedo preferido – um lindo palhacinho de chapéu de guizos e roupas coloridas. Por último o meu quinto livro, que é “Histórias de um certo Aarão e outros casos contados – das histórias e lendas de Belo Horizonte recontadas por um segurança que recebia, em seu serviço, a visita ilustre do fantasma de Aarão Reis”. É um romance póstumo recheado de contos que são as histórias contadas pelo fantasma a Xavier de Novais e recontadas por este aos leitores.”, prossegue ele.

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Leandro vai além da escrita, trabalha com projetos muito interessantes para o incentivo e o desenvolvimento da leitura, como o ‘mediador afetivo’, que a é mediação afetiva de leitura, um trabalho de acolhimento pela leitura e escuta amorosa da literatura. “Mediar uma leitura é ser cúmplice desse afeto onde as histórias são levadas em prol do desenvolvimento do outro.”, define Leandro.

Leandro também trabalha com a abordagem biblioterapêutica. “Biblioterapia é uma área de pesquisa que enxerga a literatura como um enorme potencial afetivo, no sentido de acolher as pessoas e contribuir com o seu desenvolvimento, não apenas intelectual, mas principalmente emocional, uma vez que as histórias desviam o caminho da razão e vão para o espaço da sensibilidade.”, esclarece ele esse importante trabalho, que merece aplausos.

Não bastassem todas essas atividades, Leandro também trabalha com publicações sustentáveis, as ‘Oficinas de Leitura’, como ele mesmo explica. “Na verdade, não é uma oficina, é uma publicação. Os livros sustentáveis fazem parte da escolha que fiz como escritor independente, a partir do selo Alforria Literária, em que é possível assumir todas as etapas do trabalho – da escrita à distribuição dos livros. Assim, ela é uma publicação sob demanda, na qual os livros são produzidos com capa em papel ecológico inteiramente personalizado com fibras de material orgânico e tinta natural, numa verdadeira artesania literária, sendo o miolo do livro de papel reciclado, demonstrando um valor importante na preservação do meio ambiente, através do uso consciente de recursos renováveis. E para isso, foi confeccionada uma prensa de madeira, onde os livros são prensados, colados e costurados manualmente. Essa prensa se chama “Paula Brito”, em alusão a Francisco de Paula Brito, um tipógrafo do século XIX.”

Esse nosso professor de literatura, que é fã de Machado de Assis, Mia Couto, Valter Hugo Mãe, José Eduardo Agualusa, Ondjaki, Conceição Evaristo, tem muitos planos para o futuro, “depois do lançamento do livro do fantasma de Aarão Reis, já iniciei minhas leituras e pesquisas, lembranças, apontamentos para um novo livro. Será um livro de crônicas e já tem um nome: se chamará ‘O pé de ameixa da casa da minha avó e outras crônicas’. Não posso deixar de escrever este livro.”.

Que venham muitos outros livros, estamos aguardando. Enquanto isso, quem quiser conhecer o trabalho do Leandro é só conferir seu perfil no Instagram @arv.das.letras ou acessar o site www.arvoredasletras.com.br. Não perca tempo, vá lá conferir!

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Escritor Carlos Carvalho

Carlos Carvalho

Sou escritor, amante de literatura e apaixonado pelos mistérios criados por Agatha Christie. Escrevo contos, poesias e romances. Sendo o Romance Policial meu gênero literário preferido. Sou formado em Jornalismo e pós-graduado em Assessoria de Imprensa e Comunicação Empresarial.

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