Chegou a hora de falar de mais um grande clássico da literatura nacional, de um dos maiores autores da nossa literatura, que foi romancista, contista, jornalista e ensaista e membro da Academia Brasileira de Letras. Vamos conhecer um pouco mais a vida e a obra de Orígenes Lessa.
A vida
Nascido na cidade paulista de Lençóis Paulista, no dia 12 de julho de 1903, Orígenes Themudo Lessa era filho do historiador e jornalista Vicente Themudo Lessa e de Henriqueta Pinheiro Themudo Lessa.
Seu pai também era pastor presbiteriano, por conta disso a família foi para São Luís, no Maranhão, quando ele estava com três anos, onde o pai foi atuar como missionário. A família viveu na cidade até Orígenes completar nove anos.
Em 1912 a família volta para São Paulo, onde ele vai passar o resto da infância e adolescência. Quando estava com 19 anos, Orígenes Lessa vai para um seminário protestante para estudar, onde vai ficar por dois anos.
A literatura

Aos 21 anos, em 1924, ele deixa a família em São Paulo e se muda para o Rio de Janeiro, onde vai trabalhar como professor e, também, como jornalista, escrevendo e publicando artigos no jornal “O Imparcial”.
Quatro anos mais tarde, em 1928 ingressa na Escola Dramática do Rio, para estudar teatro. A escola, à época, era dirigida pelo escritor e teatrólogo Coelho Neto. No ano seguinte passa a escrever para o jornal “Diário da Noite”. Nesse mesmo ano publica seu primeiro livro, “O escritor proibido”, que seria muito bem recebido pelo público e a crítica.
Depois dessa primeira publicação, Orígenes Lessa se dedicou à literatura, com uma vasta produção ao longo dos anos, confira.
Contos, romances e reportagens
– O escritor proibido – 1929
– Garçon, garçonnette, garçonnière – 1930
– A cidade que o diabo esqueceu – 1931
– Não há de ser nada – 1932
– Ilha Grande – 1933
– Passa-três – 1935
– O feijão e o sonho – 1938
– Ok, América – 1945
– Omelete em Bombaim – 1946
– A desintegração da morte – 1948
– Rua do Sol – 1955
– Oásis na mata – 1956
– João Simões continua – 1959
– Balbino, o homem do mar – 1960
– Histórias urbanas – 1963
– A noite sem homem – 1968
– Nove mulheres – 1968
– Beco da fome – 1972
– O evangelho de Lázaro – 1972
– Um rosto perdido – 1979
– Mulher nua na calçada – 1984
– O edifício fantasma – 1984
– Simão Cireneu – 1986
Ensaios
– Getúlio Vargas na literatura de cordel – 1973
– O índio cor-de-rosa. Evocação de Noel Nutels – 1985
– Inácio da Catingueira e Luís Gama, dois poetas negros contra o racismo dos mestiços – 1982
– A voz dos poetas – 1984
Literatura infanto-juvenil
– O sonho de Prequeté – 1934
– Memórias de um cabo de vassoura – 1971
– Napoleão em Parada de Lucas – 1971
– Sequestro em Parada de Lucas – 1972
– Memórias de um fusca – 1972
– Napoleão ataca outra vez – 1972
– A escada de nuvens – 1972
– Confissões de um vira-lata – 1972
– Aventuras do Moleque Jabuti – 1972
– A floresta azul – 1972
– Os homens de cavanhaque de fogo – 1972
– O 13º Trabalho de Hércules – 1975
– O mundo é assim, Taubaté – 1976
– É conversando que as coisas se entendem – 1978
– Tempo quente na floresta azul – 1983
Seu romance “O feijão e o sonho”, publicado em 1938, alcançou um grande sucesso, sendo premiado e ganhando, muitos anos depois, uma adaptação para a televisão, como novela, em 1976.
Essa grande e genial produção garantiu a ele vários prêmios no mundo da literatura.
Prêmios

– Prêmio Antônio de Alcântara Machado (1939), pelo romance “O feijão e o sonho”;
– Prêmio Carmem Dolores Barbosa (1955), pelo romance “Rua do Sol”;
– Prêmio Fernando Chinaglia (1968), pelo romance “A noite sem homem”;
– Prêmio Luísa Cláudio de Sousa (1972), pelo romance “O evangelho de Lázaro”.
Vida Pessoal
Orígenes Lessa foi preso em 1932, por ter participado da Revolução Constitucionalista, sendo detido no presídio da Ilha Grande. Nesse período escreveu “Não há de ser nada” e “Ilha Grande”.
Ainda em 1932 começa a trabalhar como redator publicitário para a agência N. Y. Ayer & Son. Ele vai exercer essa atividade por mais de 40 anos, trabalhando para várias agências ao longo da vida, sem nunca abandonar a literatura.
Em 1942 vai morar nos Estados Unidos, em Nova York, trabalhando no Coordinator of Inter-American Affairs (Escritório de Assuntos Interamericanos) e como redator na rádio NBC. Em 1943 retorna ao Brasil, continuando a trabalhar como redator e escritor.
Ele foi casado Elsie Lessa, com quem teve um filho, Ivan Lessa; depois casou-se com Edith Thomas, com quem teve outro filho, Rubens Lessa; e com Maria Eduarda Lessa, sua última esposa.
Por sua grandiosa obra e capacidade literária, Orígenes Lessa foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 1981.
Ele faleceu no Rio de Janeiro, em 13 de julho de 1986.
Mais um gênio da nossa literatura
Orígenes Lessa é mais um dos grandes escritores que o Brasil produziu. Com uma vasta produção literária escreveu romances, contos, ensaios, trabalhou com literatura infantil, sempre com uma qualidade indiscutível.
A leitura de seus livros deveria ser obrigatória nas escolas, para que desde cedo os leitores pudessem conhecer esse genial escritor.