Margery Allingham mais uma Rainha do Crime

Mais uma Dama que criou grandes romances policiais

Vamos nessa, pessoal. Hora do romance policial, de falar de mais uma grande autora do gênero. Aliás, é interessante notar como as mulheres possuem talento para escrever romances policiais. Somente aqui no meu site já falei de diversas delas, como Agatha Christie, P. D. James, Dorothy Sayers e Ruth Rendell, mulheres maravilhosas com um poder na escrita que encanta leitores a décadas.

Agora, vou falar de mais uma grande dama do crime, que dedicou sua vida às narrativas policiais e criou histórias e personagens que marcaram época. Hora de conhecer a vida e o trabalho de Margery Allingham.

Margery

Nascida em Londres, em 20 de maio de 1904, Margery Louise Allingham era a primeira filha do casal Herbert John Allingham e Emily Jane Hughes Allingham. Sua família era ligada à literatura e ao jornalismo. Seu pai era editor do semanário Christian Globe e dirigia o London Journal, já sua mãe escrevia histórias para revistas femininas. Sua tia, Maud Hughes, fundou e foi editora da revista Picture Show, que falava sobre cinema.

Após o nascimento de Margery, seu pai decidiu abandonar o jornalismo e a família mudou-se para o vilarejo de Layer Breton, próximo à cidade de Colchester, em Essex. Eles foram viver em uma casa paroquial, que se tornou um espaço de reunião de jornalistas e escritores. Seu pai tornou-se um bem-sucedido escritor independente.

Margery, desde muito nova, foi incentivada pelos pais a ler e escrever, afinal o mundo das letras permeava a família a gerações. A iniciativa dos pais deu certo e, aos oito anos, a menina produziu seu primeiro conto, publicado na revista de sua Tia.

No ensino primário ela frequentou a Endleigh House School. Na sequência foi para a Perse School, de Cambridge, onde fez o ensino secundário. Depois foi estudar arte dramática na Regent Street Politechnic de Londres. Na Regent ela escreveu uma peça “Dido and Aeneas”, que seria encenada em dois importantes espaços teatrais da Inglaterra, o Cripplegate Theatre e o St. George’s Hall, com Margery atuando no papel principal. O cenário da peça foi desenhado por Philip Youngman Carter, com quem Allingham se casaria em 1927.

Carreira Literária

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A carreira literária de Margery teve início em 1923, com a publicação de “Blackkerchief Dick”, um romance histórico, passado no século XVII, que falava de pirataria, amor e amizade. A história teria sido inspirada em sessões espíritas das quais seus pais haviam participado.

Em 1928 ela publicaria “The White Cottage Mystery”, seu segundo livro. Em 1929 ela lançaria “The Crime at Black Dudley”, a primeira obra em aparece seu mais marcante personagem, o detetive Albert Campion. Na sequência lançaria diversos livros, a grande maioria tendo o Campion como protagonista. Confira a lista.

Albert Campion

– The Crime at Black Dudley – 1929

– Mystery Mile – 1930

– Look to the Lady – 1931

– Police at the Funeral – 1931

– Sweet Danger – 1933

– Death of a Ghost – 1934

– Dancers in Mourning – 1937

– Mr. Campion: Criminologist – 1937

– The Case of the Late Pig – 1937

– The Fashion in Shrouds – 1938

– Mr. Campion and Others – 1939

– Traitor’s Purse – 1941

– Coroner’s Pidgin – 1945

– The Casebook of Mr Campion – 1947

– More Work for the Undertaker – 1948

– The Tiger in the Smoke – 1952

– The Beckoning Lady – 1955

– Hide My Eyes -1958

– The China Governess – 1963

– The Mind Readers – 1965

Após a sua morte algumas obras foram concluídas por seu marido, Philip.

– Cargo of Eagles – 1968

– Mr. Campion’s Farthing – 1969

– Mr. Campion’s Falcon – 1970

Além desses títulos, ela escreveu outras obras, não ligadas a Albert Campion, algumas foram publicadas após a sua morte.

– Blackkerchief Dick – 1923

– The White Cottage Mystery – 1928

– Black Plumes – 1940

– The Oaken Heart (autobiográfico) – 1941

– Dance of the Years – 1943

– Wanted: Someone Innocent – 1946

– Take Two at Bedtime – 1949

– No Love Lost – 1954

– The Allingham Case-Book – 1969

– The Darings of the Red Rose – 1995

– Room to Let: A Radio-Play – 1999

Margery ainda publicou três obras com o pseudônimo de Maxwell March

– Other Man’s Danger – 1933

– Rogues’ Holiday – 1935

– The Shadow in the House – 1936

A autora foi mais uma escritora de romances policiais a criar um personagem marcante, que seria eternizado na história literária, Alberto Campion.

Campion

Como a maioria dos autores de romances policiais, Margery também criou um detetive, que se tornaria famoso dentro da literatura, Albert Campion. Ele participaria de dezenas de livros e contos da autora, transformando-se em seu maior e mais conhecido personagem.

Ele aparece pela primeira vez em “The Crime at Black Dudley”, de 1929, uma história que envolve uma morte na mansão Black Dudley. O crime é investigado por George Abbershaw, que é patologista e consultor da Scotland Yard, que desconfia que ocorreu um assassinato no local. Curiosamente, nessa sua primeira aparição Campion é um personagem secundário. Ele voltaria em outras publicações e se firmaria como um grande detetive.

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Existe uma versão de que ele teria sido criado como uma sátira a Lord Peter Wimsey, grande personagem das histórias de Dorothy Sayers, outra grande escritora inglesa de novelas policiais. Se isso é verdade ou não pouco importa. O que vale é a presença de Campion, que se tornou definitiva.

Margery descreveu seu detetive como um homem magro, loiro, que usava óculos e era uma pessoa afável e com uma expressão de quem era pouco inteligente. Mas na verdade era um sujeito de ação e com muita autoridade.

Albert Campion foi mais um grande detetive, dentro de uma galeria de estrelas do romance policial, e participou de dezenas de livros de Alligham e de mais de 40 contos. As histórias do detetive fizeram tanto sucesso que alguns dos livros da Margery foram adaptados para a TV pela BBC.

Uma das Rainhas do Crime

Margery Allingham morreu no dia 30 de junho de 1966, aos 62 anos, deixando uma bela obra literária como legado. Se tornou uma das mais importantes escritoras britânicas de romances policiais.

É reconhecida como uma das quatro “Rainhas do Crime” da literatura universal ao lado de Agatha Christie, Dorothy Sayers e Ngaio Marsh. Entre essas quatro grandes autoras de novelas policiais, Allingham é a favorita de ninguém menos que J. K. Rowling, a célebre escritora da saga de Harry Potter.

Memória

Em 1988 foi fundada a The Margery Allingham Society, com o objetivo de celebrar, preservar e promover a vida e a obra da autora. Para manter viva e memória da escritora são realizadas reuniões periódicas entre os membros da sociedade, eventos sociais são realizados e são feitos estudos sobre sua vida e seus escritos. Uma homenagem mais do que justa para uma das grandes escritoras da chamada “Era de Ouro da Ficção Policial”.

Mais uma grande Dama

Margery Allingham é mais uma grande autora de romances policiais que surgiu na Inglaterra e que ofereceu seu talento para o mundo. Como a definiu a genial Agatha Christie, “Margery Allingham se destaca como uma luz brilhante. E ela tem outra qualidade, geralmente não associada a histórias de crime, a elegância”. E quem sou eu para discordar de Agatha. Concordo com ela e felizmente temos mais uma grande autora do gênero policial para apreciar.

Margery foi uma autora com uma formação intelectual muito sólida, que criou histórias e personagens encantadores, que estão guardados com muito carinho na memória de todos aqueles que já tiveram oportunidade de ler seus livros.

Mais uma brilhante escritora que passa por aqui. Bom para o leitor que tem, em seus livros, mais uma ótima opção para a leitura de romances policiais.

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Escritor Carlos Carvalho

Carlos Carvalho

Sou escritor, amante de literatura e apaixonado pelos mistérios criados por Agatha Christie. Escrevo contos, poesias e romances. Sendo o Romance Policial meu gênero literário preferido. Sou formado em Jornalismo e pós-graduado em Assessoria de Imprensa e Comunicação Empresarial.

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