Osimar Holanda

Escrever, compor e cantar para transcender!

É com essa visão que Osimar Melo de Holanda desenvolve sua atividade cultural, como ele mesmo descreve, “quando escrevo, componho, e canto, consigo transcender-me e ver Deus aceitando-me como sou, lendo meus poemas e recebendo meus louvores. E esse exercício com Ele me leva diretamente às pessoas para a prática da boa convivência.”

Esse piauiense de Alto Longa tem uma relação com a cultura que vem de longe. Desde a adolescência ele gostava de escrever cartinhas e pequenos versos, que o levaram mais tarde a compor músicas, sendo que essas coisas sempre andaram juntas até hoje, nunca parou de escrever nem de compor.

Como todo jovem, a inquietude e os questionamentos internos, comuns na juventude, o levaram, década de 1970, a fundar o primeiro jornal da sua cidade. Quando jovem, lia com boa frequência, mas essa vontade ganhou mais força quando foi apresentado às obras de Jorge Amado, Carlos Drummond, Euclides da Cunha. Depois veio o material didático das ciências sociais como Marx, Hegel, Formação cultural brasileira, sociologia, história. O gosto pela leitura só fez crescer.

Nascido no Piauí, Osimar mora desde criança em Itapaci, em Goiás. Cursou o segundo grau em Brasília e estudou Ciências Sociais na Universidade Federal de Goiás. 

Os primeiros passos na literatura decorreram do desejo natural de registrar sentimentos pessoais e por perceber a aprovação das pessoas que o rodeavam aos seus textos. Para ele quase tudo na vida estimula a escrita.

Para ele escrever é um processo complexo que leva o escritor à exaustão e ao desgaste, pois ele coloca no papel os seus pensamentos mais profundos. “A escrita desnuda a pessoa. Chego a pensar que pago um preço por isto pois parece que estou sempre me esvaziando. Houve um período, nos anos de 1970 e 80, que fui levado a escrever sobre questões políticas, sonhando um mundo onde todos tivessem oportunidades iguais. Com a maturidade vi que isso é utopia, afinal o homem é um ser competitivo, egoísta e não está preparado para dividir, amar, e não condiciona a sua felicidade à do outro.” Homem de convicções fortes, para ele a igualdade só pode ser alcançada com Deus.

Seu livro “Pedras Que Vivem” é uma verdadeira ebulição desses pensamentos, do acúmulo de sua experiência de vida, é a busca incansável de Osimar Holanda pela felicidade. Nessa obra estão colocadas sua visão de mundo, a solidão, o amor, a família, a contestação à classe política brasileira perversa, a luta pela dignidade, e outros temas. Dessa explosão de sentimentos surgiu seu livro “Pedras que Vivem”.

Osimar Holanda escritor cantor

O título de seu livro, “Pedras que Vivem”, veio do nome da cidade onde vive a tantos anos Itapaci, que em tupi guarani significa “pedra bonita”. Pedra que bonita somada ao versículo bíblico de 1.Pedro 2-5 que diz: “Vós também ,como Pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus, por Jesus Cristo.” Dessa junção Osimar criou o “Pedras que vivem”. Afinal, ele se vê como uma pedra com alma, lançada de um vulcão criador existencial, com a missão de ser pessoa de bem, virtuosa, parceira e feliz. Aqui reproduzo um dos poemas de seu livro que muito bem reflete essa efervescência de pensamentos:

Olha a vida aqui

Preciso não esquecer

De olhar as estrelas no céu

De cantar, querer ser feliz

E ninar quem tanto me quis

Preciso não esquecer

De andar pelo quintal

Com os pés no chão

Assoviando uma canção,

E abraçar o meu amor

Calando uma possível dor

Que a atormenta

Preciso não odiar

A quem matou Jesus

Pois até esta morte cruel

Também foi plano do céu

Preciso deixar falar

E quando puder, encantar

O sonho de quem vier

Fazer fogueiras em noites de lua

E conter a palavra nua

De esperança no amanhã

Pois o que mais importa

É abrir a porta

E dar o colo, o perdão

E sossego ao coração

Com bela produção literária e musical, Osimar, já participou de diversos concursos literários e de vários festivais de música, sempre com boas classificações. Já foi, inclusive, premiado com a melhor letra de um festival.

Osimar Holanda escritor

Com essa força explosiva para a escrita que ele tem planos de lançar mais um livro, agora de contos. “Nele quero registrar também a necessidade da celebração diária de nossas pequenas vitórias, para não ficarmos carregando fardos para uma celebração futura em que quase sempre já chegamos fatigados.”

Afinal, somos seres inacabados, sempre em busca de respostas, como nos lembra, de forma bela e suave, o poeta Osimar, em seu poema abaixo.

Inacabados

Mal nascemos e começamos a morrer

a contagem regressiva vai de encontro

ao desvendar do mundo que se descortina

É a morte no seio da vida

Numa dialética esplêndida

Estamos sempre em formação

por isto inacabados

O que somos agora

não acaba aqui e nem lá fora

posto que na interação da vida

somos mutantes, graças a Deus

alunos da cultura universal

E a oportunidade do aprendizado

é a grande chance, o desafio

Pois, inacabados, estamos buscando respostas

numa utopia de sermos acabados um dia

e alcançarmos o ponto ideal

Sábio aquele que se encontra inacabado

e busca a elevação física e espiritual

pois a morte não o acabará

mais o levará para aprender mais

com ELE

Que nós possamos celebrar não só esse, mais muitos outros livros do nosso escritor Osimar Holanda. O sobrenome é de um país, mas a escrita é universal. Quem quiser conhecer o seu trabalho, basta acompanhar o perfil @olivro.pedrasquevivem.

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Escritor Carlos Carvalho

Carlos Carvalho

Sou escritor, amante de literatura e apaixonado pelos mistérios criados por Agatha Christie. Escrevo contos, poesias e romances. Sendo o Romance Policial meu gênero literário preferido. Sou formado em Jornalismo e pós-graduado em Assessoria de Imprensa e Comunicação Empresarial.

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