A Morte vem de Cima

16 – O depoimento

Luciano e Ricardo seguiram para a delegacia com Luíza e Thaís, lá encontraram o Doutor Márcio. Após alguns minutos de conversa com o advogado, o delegado iniciou o depoimento da jovem. Ela narrou a conversa com o pai e a apreensão que demonstrou em relação aos problemas no trabalho.

– Bem Thaís, o que especificamente seu pai falou sobre o trabalho dele e os problemas que estava enfrentando? – perguntou Luciano.

– Quando conversamos, uma semana antes dele se suicidar, ele estava muito nervoso e agitado.

– Qual era o motivo da agitação?

– Ele disse que estava com problemas pessoais e no trabalho também.

– Que tipo de problemas? Ele mencionou algo específico? – indagou Ricardo.

– Bem. Ele disse que havia muita coisa errada no trabalho, que envolvia corrupção, desvio de dinheiro.

– Ele deu detalhes sobre o assunto? – inquiriu o delegado.

– Não. Ele me mostrou um e-mail impresso em que ele conversava com uma pessoa sobre o que estava sendo pedido e que aquilo era um crime.

– Você chegou a ver quem era a pessoa com conversava com seu pai por e-mail?

– Não, ele me mostrou o papel, mas não me deixou olhá-lo com calma. Não consegui ver com quem ele falava nem quem havia enviado o e-mail.

– E o que mais ele contou? – perguntou Luciano.

– Ele disse que estava sendo forçado, por essas pessoas, a participar de algum esquema de desvio de dinheiro e estavam utilizando a questão sexual para pressioná-lo.

– Ele não falou em nomes?

– Não, delegado. Ele disse que era algo ilegal, relacionado ao trabalho, algum tipo de desvio de dinheiro e que estava sob pressão por conta disso.

– Perfeito. – concluiu Luciano.

O interrogatório foi concluído, a jovem leu e assinou seu depoimento.

– Está tudo certo, delegado? – perguntou o advogado.

– Sim, Doutor Márcio, tudo correto. A Thaís cumpriu muito bem o papel dela, agora a responsabilidade é nossa.

O advogado e as mulheres se despediram e deixaram a delegacia, enquanto o delegado Luciano e Ricardo se sentavam para definir os próximos passos da investigação.

– O que faremos agora, delegado?

– Com o depoimento da Thaís vou pedir imediatamente o mandato de busca e apreensão de alguns computadores da empresa para uma perícia e vamos ver o que conseguimos.

– O Senhor está pensando em apreender quais computadores? – indagou Ricardo.

– Por hora pensei nos equipamentos de todo o pessoal da contabilidade e mais o da mulher do RH, como é o nome dela?

– Suzana.

– Ótimo, são esses os nossos alvos. – comentou o delegado – E o Nando, deu notícias?

– Mandou uma mensagem. A esposa dele vai precisar realizar um procedimento cirúrgico, ele vai ficar um pouco enrolado esses dias.

– Sem problema. Deixe-o cuidar da esposa. Vou despachar esses pedidos para o juiz e, depois vamos agir. Vou recrutar o Décio para nos dar suporte nessa ação.

– Tudo bem, delegado. Aguardo seu comando.

Luciano correu com o pedido de busca e apreensão e, no dia seguinte ele já estava com o documento na mão. Chamou Ricardo e Décio.

– Pronto, delegado. – falou Décio entrando na sala.

– É sobre o caso do Gustavo. Estou com os pedidos de busca e apreensão dos computadores da Boa Vigilância na mão. Hora de agir, pessoal. Já pedi o apoio do pessoal da perícia, eles já estão aí. Vamos partir para lá, é hora de agir.

– Maravilha, acho que esses computadores têm muito para nos dizer. – comentou Ricardo.

– Tenho certeza que sim. – concordou Luciano.

Os policiais partiram em direção à empresa de vigilância. Lá chegando, foram recebidos por Suzana.

– Como vai, inspetor? – falou ela cumprimentando Ricardo.

– Estou bem, e você?

– Bem. No que podemos ser úteis? – perguntou ela.

– Esse aqui é o delegado Luciano. – falou ele apresentando o superior, que fez um gesto com a cabeça e tomou à frente da ação.

– Bom dia, Dona Suzana. Eu tenho um mandado de busca e apreensão para cumprir aqui na sua empresa.

– Mandado de apreensão? – indagou ela mostrando espanto com a notícia. Imediatamente ela chamou Luís Antônio, o sócio da empresa.

– Bom dia, Senhores, o que está acontecendo? – falou Luís assim que chegou à recepção da firma. Ele já veio acompanhado de dois homens, que pela aparência, deveriam ser advogados.

– Temos esse mandado para cumprir. – explicou Luciano, passando o papel a Luís.

Ele deu uma rápida olhada no documento e o entregou ao homem de terno que estava ao seu lado. Ele analisou a documentação e devolveu o papel ao delegado.

  – Está tudo certo. – falou o homem.

– Se não se importam gostaríamos de pegar os equipamentos. – falou Luciano.

– Tudo bem, delegado. Parece que não temos alternativa. – ironizou Luís.

– Acredito que não. – devolveu o delegado.

– Tudo bem, venham por aqui, nós vamos acompanhar vocês. – falou Luís, apontando a direção por onde deviam seguir.

Em menos de meia hora eles já tinham retirado todo o equipamento e colocado no carro. Era hora de voltar para a delegacia e trabalhar na análise dos computadores.

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