O romance policial e a obra de Mary Roberts Rinehart

Vamos nós de romance policial. Antes de falar dos livros de mistério, quero fazer uma observação sobre esse gênero, como as mulheres se destacam na escrita de romances policiais. É impressionante a quantidade de autoras que fizeram muito sucesso e escreveram grandes obras de mistério e suspense.

Podemos citar diversas autoras, como Agatha Christie, P. D. James, Ruth Rendell, Dorothy L Sayers, Ngaio Marsh, Patricia Highsmith, Margery Allingham, Tess Gerritsen, Patrícia Cornwell, Émile Gaboriau, Anna Katharine Green, Emma Orczy e Margaret Cole, isso para ficar apenas naquelas de quem já falei nesse espaço.

Mulheres fantásticas, cujo talento para a escrita transcendeu o tempo e as mantém vivas na memória dos leitores, eternizadas por suas maravilhosas obras literárias

Agora vamos falar de mais uma dessas geniais escritoras de romances policiais. Hora de conhecer um pouco mais sobre a vida e a obra de Mary Roberts Rinehart.

Mary

Mary Roberts Rinehart nasceu na Pensilvânia, nos Estados Unidos, no dia 12 de agosto de 1876. Batizada Mary Ella Roberts, ela adotaria o Rinehart após o casamento. Era filha do casal Thomas Beveridge Roberts e Cornelia Gilleland Roberts e possuía uma irmã mais nova, Olive Louise, que se tornaria escritora de livros infantis.

Quando jovem frequentou escolas públicas, se formando aos 16 anos. Na sequência ingressa na Escola de Treinamento de Enfermeiros, no Hospital de Pittsburgh, onde vai se formar em 1896. Posteriormente Mary vai usar o conhecimento adquirido como enfermeira em suas histórias policiais.

No hospital ela conheceu o médico Stanley Marshall Rinehart, com quem se casaria e de quem adotaria o sobrenome que vai usar como escritora.

Em 1903, por conta de oscilações na bolsa de valores, a família Rinehart perdeu todas as suas economias. A crise financeira levou Mary a encarar uma carreira de escritora, como forma de obter renda de forma mais efetiva. Nesse mesmo ano ela escreveu nada menos do que 45 contos.

No ano de 1907 ela começou a escrever “The Circular Staircase”, que seria publicado no ano seguinte, seu primeiro livro policial. Essa primeira experiência como escritora rendeu frutos e Mary ganhou fama rapidamente com essa obra. A partir desse belo começo ela consolidaria uma carreira que duraria algumas décadas e renderia uma grande quantidade de romances policiais publicados, confira.

– The Circular Staircase – 1908

– O Homem em Lower Ten – 1909

– A Janela do Gato Branco – 1910

– Quando um homem se casa, ou sete dias – 1910

– Onde há um testamento – 1912

– O Caso de Jennie Brice – 1913

– A Rua das Sete Estrelas – 1914

– The After House: Uma história de amor, mistério e um iate particular – 1914

– K. – 1915

– Bab, uma Sub-Deb – 1916

– Viva o Rei!  – 1917

– O Interlúdio Incrível – 1918

– Licença de Vinte e Três Horas e Meia – 1918

– Dias Perigosos – 1919

– Um Pobre Sábio – 1920

– A Trégua de Deus – 1920

– Visão Invisível – 1921

– A Confissão — 1921

– O Ponto de Ruptura – 1922

– The Red Lamp – 1925

– The Bat – 1926

– Lost Ecstasy – 1927

– Esta Estranha Aventura – 1928

– Dois voos acima – 1928

– A Porta – 1930

– O Duplo Álibi – 1932

– O Álbum – 1933

– O Estado contra Elinor Norton – 1933

– O Doutor – 1936

– O Muro – 1938

– O Grande Erro – 1940

– A Dama Assombrada – 1942

– O Quarto Amarelo – 1945

– Uma Luz na Janela – 1948

– A Piscina – 1952

Além dos romances policiais, Mary escreveu diversos contos, ensaios, peças teatrais e livros de não ficção:

– Faces and Brains – 1922

– Reis, rainhas e peões: uma mulher americana na frente – 1915

– Através do Glacier Park : Vendo a América Primeiro com Howard Eaton – 1916

– O Altar da Liberdade: Um Apelo às Mães da América – 1917

– Acampando hoje à noite: uma crônica de esporte e aventura no Glacier Park e nas montanhas Cascade -1918

– The Out Trail – 1923

– Terra dos Nômades – 1926

– Minha história – 1931 – Autobiografia

Seus romances policiais alcançaram um grande sucesso ao longo dos anos, fazendo com que a escritora ganhasse o apelido de Agatha Christie americana, apesar de Mary ter começado a escrever antes de Agatha, que publicou seu primeiro livro em 1921, 14 anos após o lançamento do primeiro livro de Mary.

Por conta de seu romance “A Porta”, de 1930, ela passou a ser considerada a criadora da frase “O mordomo fez isso”, apesar de a frase não aparecer desta forma no livro.

A qualidade do seu trabalho rendeu a venda de milhares de exemplares de seus livros e um prêmio da Mystery Writers of America.

Vida pessoal

Casada com Stanley Marshall Rinehart ela teve três filhos, Stanley Jr., Alan e Frederick, que também seguiram o caminho literário. Stanley Jr. e Frederick se tornaram editores, enquanto Alan era produtor e dramaturgo.

Com muita coragem, a escritora assumiu publicamente que estava doente, com câncer de mama, precisando realizar uma mastectomia radical. Mary se tornou um exemplo para demais mulheres, encorajando-as a se prevenirem, realizando o exame da mama.

Mary Roberts Rinehart faleceu no dia 22 de setembro de 1958, aos 82 anos, em Nova York.

Mary Rinehart é mais uma grande mulher, de uma interminável relação de escritoras que fizeram muito sucesso com o romance policial. Uma autora com um estilo marcante, que deixou um grande legado para os escritores e os amantes de romances policiais.

Ela é mais uma que vem confirmar que as mulheres possuem um dom especial para as histórias de mistério e suspense.

Viva essas mulheres maravilhosas e seus livros!

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Escritor Carlos Carvalho

Carlos Carvalho

Sou escritor, amante de literatura e apaixonado pelos mistérios criados por Agatha Christie. Escrevo contos, poesias e romances. Sendo o Romance Policial meu gênero literário preferido. Sou formado em Jornalismo e pós-graduado em Assessoria de Imprensa e Comunicação Empresarial.

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