Vamos falar de romance policial, pois é sempre bom conhecer autores e autoras que criaram fantásticas histórias de suspense e mistério. E, falar dessa escritora é interessante pois ela, além de escrever livros policiais, foi poetisa e teve um forte ativismo político ao longo de sua vida.
Hora de conhecer a vida e a obra de Margaret Cole.
O início
Margaret Isabel Postgate nasceu no dia seis de maio de 1893, na cidade de Cambridge, na Inglaterra. Era filha do professor John Percival Postgate e de Edith Allen.
Margaret recebeu uma ótima educação. Primeiro estudou na Roedean School, depois foi para o Girton College. No Girton ela pode conhecer a obra de grandes escritores do seu tempo como George Bernard Shaw, Beatrice Webb, Noel Brailsford, J. A. Hobson, H. G. Wells, Sidney Webb entre outros. Esse contato fez com que ela ampliasse seu horizonte de pensamento e se transformasse em uma feminista e socialista.
Quanto mais conhecia e estudava os autores, mas ela se tornava engajada politicamente. Durante a Primeira Guerra Mundial ela participou de movimentos pacifistas e da campanha contra o recrutamento militar ao lado de seu irmão Raymond, que não queria participar da Guerra. Nessa fase ela escreveu seu poema mais famoso, “The Falling Leaves”, uma poesia contra a guerra a partir do olhar de uma mulher.
Também nesse período ela conheceu George Douglas Howard Cole, que era contrário ao recrutamento militar. Eles iniciam um romance e se casam em 1918, transformando-se em um dos casais mais engajados politicamente do Reino Unido, com um viés abertamente socialista.
Eles se mudaram para Oxford e Margaret passou a trabalhar para o Labour Research Department e a dar aulas à noite. Nessa fase eles tiveram duas filhas, Janet Elizabeth (1921) e Anne Rachel (1922).
Além do ativismo político, a escrita uniu o casal GDH Cole e Margaret Cole, juntos eles escreveram diversas obras. Margaret manteve uma produção literária intensa, além das dezenas de romances policiais, ela editou o diário da escritora inglesa Beatrice Webb e uma autobiografia.
Confira as publicações de Margaret no campo do mistério:
– A Morte de um Milionário – 1925
– The Blatchington Tangle – 1926
– O Assassinato em Crome House – 1927
– O Homem do Rio – 1928
– Férias do Superintendente Wilson – 1928
– Poison in the Garden Suburb – 1929
– Ladrões em Bucks – 1930
– Cadáver em Canonicals – 1930
– O Grande Mistério do Sul – 1931
– A Vigília do Homem Morto – 1931
– Morte de uma Estrela – 1932
– Uma Lição Sobre Crime – 1933
– O Caso Aliquid – 1933
– Fim de um Velho Marinheiro – 1933
– Morte na Pedreira – 1934
– Assassinato de Grandes Empresas – 1935
– Dr Tancred Começa – 1935
– Escândalo na Escola – 1935
– Última Vontade e Testamento – 1936
– Os Irmãos Sackville 1936
– Desgraça para a faculdade – 1937
– A Tia Desaparecida – 1937
– A Profissão da Sra. Warrender – 1938
– Fora com a cabeça dela! – 1938
– Dupla Chantagem – 1939
– Tragédia Grega – 1939
– Wilson e Alguns Outros – 1940
– Assassinato em Contraponto – 1940
– Faca no Escuro – 1941
– Fim de Toper – 1942
– Morte de uma Noiva – 1945
– Presentes de Aniversário – 1946
– Os Brinquedos da Morte – 1948
Ativismo
Margaret e seu marido foram muito atuantes politicamente. George escreveu vários livros sobre política e economia e o casal participou ativamente da Liga Socialista inglesa.
Em 1917 eles aplaudiram e foram entusiastas da revolução Russa, que levou os bolcheviques ao poder e à fundação da extinta União Soviética.
No ano de 1926 eles prestaram apoio à greve geral dos mineiros ingleses.
Margaret participou do Comitê de Educação do Conselho do Condado de Londres, transformando-se numa grande defensora da educação abrangente. Foi vereadora pelo Conselho de 1952 até 1965, quando o Conselho foi extinto.
Margaret Cole faleceu em sete de maio de 1980, um dia após ter completado 87 anos.
Uma escritora diferenciada
Margaret Cole foi uma escritora diferenciada das demais de seu tempo. Além de ser uma grande criadora de histórias policiais, ela possuía uma forte tendência política, utilizando sua fama como autora para defender e difundir suas ideias.
Foi, sem dúvida, uma grande referência em sua época e marcou fortemente a história da literatura.