As primeiras impressões sobre o caso
4 – Primeiras impressões
– Tudo bem. Está parecendo mais um caso de fogo amigo. Não me parece coisa de um desconhecido. – ponderou Nando.
– Concordo com você. Quem fez isso não precisou invadir o prédio nem o apartamento e se aproximou dela com tranquilidade. Só pode ser coisa de algum conhecido, alguém em quem ela confiava ou que pelo menos ela tinha algum contato, de quem ela não tinha motivo para ter medo.
– Com certeza. O problema é como vamos conseguir mapear as pessoas que ela conhecia e tinha alguma intimidade. Ela era sozinha, pode conhecer pessoas que os vizinhos nem sabiam. Vai ser difícil fazer esse levantamento, os próprios vizinhos, como vamos saber quem tinha mais ou menos contato com ela. Qualquer um poderia ter entrado, com uma desculpa qualquer e tê-la matado. Vamos precisar de muita sorte. – refletiu Nando.
– Isso vai ser realmente um problema. Sem família, não sabemos se tem amigos próximos, além desses vizinhos. A princípio vamos ter que acreditar no que eles dizem. Pode ser um caso bem complicado, vamos ver onde vai parar. – concluiu Ricardo.
– Vamos dar uma pausa na investigação. E você, Don Juan, por onde estava? – provocou Nando.
– Por aí.
– Por aí? Quem é a nova conquista? – provocou Nando.
– Porra, vai ficar me regulando? Larga de ser fofoqueiro. – retrucou Ricardo.
– Cacete, o caso é sério… Tão rápido assim, bastou uma noite?
– É sério mesmo. A mulher morreu estrangulada e não temos a menor ideia de quem fez isso e você preocupado com quem eu passei a noite. – falou Ricardo, tentando desviar o assunto.
– Xiiii. O cara correu do assunto. A coisa é séria mesmo. – insistiu Nando caindo na gargalhada.
– Vai à merda. Não enche meu saco. Vamos nessa, não há mais nada a fazer aqui. – falou Ricardo enquanto separava o dinheiro para pagar a conta.
– E o domingo ainda pode render muito, certo? – provocou Nando.
– Você gosta é de perturbar minha cabeça. Vamos ver se o trabalho da perícia já terminou antes de irmos embora.
– Sim senhor. Não precisa ficar nervoso. Pode ficar tranquilo, não vou mais perguntar quem é a princesa do momento. – provocou o parceiro.
Os dois voltaram ao apartamento. O corpo de Suelen já estava sendo removido. O perito deixou a chave do imóvel com eles.
– Vamos nessa, não temos mais nada para fazer por aqui, pelo menos por enquanto. – sentenciou Ricardo – Vai para casa e se concentra no caso.
– Claro. Eu me concentro no caso e você em sua nova conquista.
Dizendo isso Nando saiu correndo para o carro da polícia, sem esperar que o parceiro tivesse tempo de responder. Ricardo ficou observando o amigo ir embora. Olhou o relógio, como estava de carro, ainda tinha tempo de ver Marcelle novamente, antes de ir para casa. Ligou para a jovem e marcou um encontro em uma cafeteria próxima à residência dela. Mais algumas horas agradáveis, pensou ele ao desligar o celular. Era bom relaxar um pouco, a semana mal começava e eles já estavam com um caso complicado nas mãos. Pegou o carro e rumou para as Laranjeiras.
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