Conto policial “Morte ao Acaso” – Capítulo 13

Chegam as últimas provas

13 – Hora da ação

Antes das sete horas da manhã Ricardo estava de pé, já havia tomado café e esperava um contato de Nando para descer. Nesse momento recebeu uma ligação de Luís Roberto.

– Bom dia. – cumprimentou o perito.

– Bom dia. Qual são as novidades? – perguntou Ricardo.

– Tenho novidades, sim. Conseguimos identificar algumas digitais no apartamento da Suelen, até aí nada demais, pois sabemos que os três arrombaram a porta e entraram para procurar por ela. Então, nada mais natural do que eles terem deixado várias impressões pelo imóvel. Ninguém pensaria nisso num momento como aquele.

– Sim, até aí, tudo normal. Você tem razão.

– Sim. Mas… – o perito fez uma pausa, para dar um pouco de suspense ao caso.

 – Mas… – incentivou Ricardo.

– Encontramos algumas impressões digitais na caneca que o mendigo estava usando. Aliás, conseguimos identificar o sujeito. O nome dele é João Luiz, nascido em Pernambuco. Deve ser mesmo irmão da Suelen, o sobrenome é o mesmo.

– Então a história bate com o que o namorado da Suelen falou para mim.

– Para adiantar, vou mandar para você, aqui pelo WhatsApp, as informações sobre as digitais que encontramos.

– Ok, Luís, fico no aguardo. Obrigado, grande abraço.

– Um abraço.

Assim que encerrou a ligação com o perito, ligou para Nando, que já estava tentando falar com ele.

– Cadê você cara? Já estou chegando – reclamou o parceiro.

– Estava no telefone com o Luís Roberto, estou descendo.

Em menos de cinco minutos Ricardo estava entrando no carro da polícia.

– Então, quais as novidades? – perguntou Nando.

 – Dá uma olhada nisso, são as informações que o Luís passou agora, sobre as impressões digitais que eles encontraram. – falou ele passando o telefone para Nando.

O outro policial olhou o que estava na tela do celular. Depois comentou.

– As coisas vão fazendo cada vez mais sentido. Essas impressões achadas junto ao corpo do irmão da Suelen deixam as coisas bem mais claras.

– Com certeza. – concordou Ricardo.

– Você já falou com o delegado?

– Não, vou falar agora.

Ricardo ligou para o delegado e repassou as informações do perito.

– Isso é muito bom. Essas digitais achadas junto ao corpo do mendigo são uma pista e tanto. Sigam para Copacabana e aguardem meu sinal. Vou conseguir os mandados e encontro vocês lá.

– Combinado, delegado. – respondeu Ricardo.

Os dois policiais rumaram para Copacabana para esperar o comando do delegado para agir. Como precisavam esperar, ficaram próximos ao edifício, mas a uma distância segura, de forma a não serem vistos por ninguém conhecido.

Duas horas depois outros três policiais da Delegacia de Homicídios chegavam trazendo os mandados que o delegado conseguira, de busca e apreensão e de prisão.

– Aqui está, o delegado pediu para entregar isso para vocês e para darmos apoio à ação. – falou um deles.

– Valeu, Adauto. – agradeceu Ricardo olhando o documento.

– Qual vai ser a jogada? – perguntou um outro policial, chamado Renato.

– Vamos subir. Não quero o porteiro com a mão no interfone, depois subimos para isolar o andar. Daí vamos entrar no apartamento, se não houver ninguém em casa, vamos entrar mesmo assim para dar uma geral. Então vamos com cuidado não quero que ninguém aqui se machuque. – definiu Ricardo.

– Então, vamos nessa. Hora da ação. – falou Nando.

Os cinco se dirigiram para o prédio e foram direto falar com o porteiro.

– Bom dia. Precisamos dar uma subida. – falou Ricardo.

– Com quem os senhores vão falar? – perguntou o porteiro.

– Só vamos dar uma subida. Já, já estaremos de volta. – disse Ricardo mostrando a identificação para o homem.

– Sim senhor. – falou o porteiro permanecendo em sua cadeira.

Nesse momento o telefone de Ricardo tocou, era Tânia. Ele fez um sinal para que os outros esperassem enquanto atendia a chamada.

– Oi, o que houve? – perguntou ele.

– Não sei se aconteceu alguma coisa, mas o Thiago está tentando falar com a mãe dele, mas ela não atende as ligações. – explicou ela.

– Isso é estranho. – comentou Ricardo.

– Muito esquisito, como, nessa situação, ela não atende às ligações do menino? – indagou a policial.

– Tudo bem. Já estamos aqui em frente ao prédio. Vamos entrar agora e verificar essa situação.

Ricardo desligou o telefone e avisou aos demais.

– Será que aconteceu alguma coisa com ela? – indagou Nando.

– Vamos subir e descobrir se é só coincidência ela não atender ou se realmente aconteceu algo.

– Eu fico aqui embaixo controlando o movimento. Depois subo atrás de vocês. – quem falava era Marcos, o terceiro policial que havia vindo como reforço.

– Beleza, vamos nessa. – falou Ricardo.

Os quatro policiais subiram rapidamente pelas escadas. Quando chegaram ao andar pretendido pararam para identificar de que lado ficava o apartamento para onde iriam.

– Aqui para o lado direito. – falou Nando.

Nesse momento uma porta de abriu a cerca de três metros de onde eles estavam e a mãe de Thiago saiu. Ela tomou um susto quando viu os policiais e recuou um passo, olhando de volta para dentro do apartamento. Nesse momento uma arma foi apontada para a cabeça da mulher e um rosto surgiu na porta.

– Recuem ou ela morre.

– Calma. Vamos conversar, cuidado com essa arma. – falou Ricardo.

– Não há o que conversar, ou vocês se afastam ou ela morre. – falou a pessoa, ainda com a arma apontada para a cabeça da mãe de Thiago.

– O prédio está cercado, então fique calmo. Solte ela e vamos conversar, ninguém precisa se machucar. – insistiu Ricardo.

– Já falei que não tem negociação. É melhor vocês descerem, agora. – sentenciou enquanto a arma era engatilhada junto à têmpora de Dona Lurdes.

A mulher, que já estava desesperada e chorava, sem saber o que fazer, berrou para os policiais.

– Por favor, me tirem daqui.

Ela começou a ser puxada de volta para dentro do apartamento. A mulher não suportou a tensão, com uma arma apontada para sua cabeça e vendo os policiais do lado de fora, armados, pressentiu o que estava para acontecer. A pressão foi demais e, assim que foi puxada, a mulher desfaleceu caindo com parte do corpo para dentro do imóvel e parte para fora, o que impedia que a porta fosse fechada. Ricardo correu, mas não entrou no apartamento, pulou para o outro lado da porta. Nisso surgiram dois disparos, vindos de dentro do imóvel.

Capítulo 12

Capítulo 11

Capítulo 10

Capítulo 9

Capítulo 8

Capítulo 7

Capítulo 6

Capítulo 5

Capítulo 4

Capítulo 3

Capítulo 2

Capítulo 1

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