Um clássico da literatura: Herman Melville

“É melhor fracassar na originalidade do que ter êxito na imitação.” Esse era o pensamento de um dos grandes escritores da história da literatura, que produziu uma rica obra e criou uma história que se tornou um dos maiores clássicos da literatura universal, “Moby Dick”.

Vamos conhecer a trajetória do escritor, poeta e ensaísta norte americano Herman Melville.

O começo

Herman Melville nasceu nos Estados Unidos, na cidade de Nova Iorque, no dia primeiro de agosto de 1819. Era o terceiro filho do casal Allan e Maria Gansevoort Melvill, após a morte de seu pai, ocorrida em 1932, sua mãe incluiria a letra “e” no final do sobrenome Melvill, assim ele passou a se chamar Herman Melville.

Ainda criança Melville sofreu de escarlatina, e, em consequência, teve problemas de visão que perduraram por toda a sua vida. Em 1930 a família mudou-se para Albany, capital do Estado de Nova Iorque, onde frequentou a Albany Academy, uma escola preparatória para a Universidade.

Infelizmente, dois anos depois, em 1932, seu pai faleceu e a família viu os negócios do patriarca irem paulatinamente se deteriorando até atingirem a falência. Diante dessa situação, Herman precisou largar os estudos aos 15 anos, para ajudar a mãe no sustento do lar e dos irmãos, principalmente os mais novos. O autor trabalhou em diversas frentes, foi bancário, vendedor, deu aulas e foi agricultor.

Em 1939 ele começou sua vida ligada ao mar, conseguindo uma vaga de ajudante no navio St. Lawrence e embarcou para Liverpool, na Inglaterra. Já em 1841, Melville embarcou no navio baleeiro Acushnet, que vai em direção ao Pacífico. Na Polinéia Francesa ele abandona a embarcação para viver com os nativos locais, da tribo Typee. Essa sua experiência seria registrada no livro “Typee”, publicado em 1846, seu primeiro romance.

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Ainda em 1841 ele embarca em outro baleeiro, no australiano Lucy Ann, onde acaba participando de um motim promovido pelos tripulantes que estavam inconformados com o não pagamento de seus salários. Melville e muitos outros participantes são presos no Taiti, de onde o escritor fugiria após um tempo atrás das grades. Essa aventura aparece descrita no segundo livro de Melville, Omoo, publicado em 1847.

Em 1844 Herman retorna aos Estados Unidos, encerrando suas aventuras marítimas. Na sequência ele publica os dois livros, “Typee” e “Omoo”, que vão agradar ao público e à crítica e fazer de Melville um autor famoso nos Estados Unidos.

Na sequência dos dois primeiros livros de sucesso, vieram as seguintes publicações.

– Mardi – em 1849

– Redburn – em 1849

– White-Jacket – em 1850

– Moby-Dick, a baleia branca – em 1851

– Pierre – em 1852

– Isle of the Cross em 1853

– Israel Potter – em 1856

– The confidence-man – em 1857

– Billy Budd – em 1924

Em 1851 o autor lança aquela que seria a obra que marcaria sua vida e se tornaria um grande clássico da literatura, “Moby Dick”. Curiosamente, na época do lançamento o livro não fez sucesso, levando Herman Melville a perder vendas e prestígio.

Moby Dick

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No livro a narrativa é feita pelo marinheiro Ishmael, que se emprega como tripulante do navio baleeiro Pequod. Ele descreve a saga do Capitão Ahab e sua obsessão em cassar a grande baleia branca Moby Dick, que em uma viagem anterior da embarcação a atacara e arrancara parte da perna de Ahab.

“Moby Dick” é um livro em que Melville aborda temas mais complexos e reflexivos, diferente de suas primeiras obras, que eram relatos de suas aventuras marítimas. Talvez por isso o livro tenha sido considerado pouco interessante por parte de seu público leitor.

O livro é dedicado ao escritor americano Nathaniel Hawthorne, de quem Melville se tornou grande amigo e admirador.

Somente no século XX, anos após a morte de Herman Melville é que “Moby Dick” ganharia o status de um grande romance, recebendo referências altamente elogiosas de autores consagrados como William Faulkner, D. H. Lawrence e Albert Camus.

Seu último romance “Billy Budd” foi publicado somente em 1924. O manuscrito ficou guardado e só foi encontrado três décadas após a morte do autor, quando foi publicado. O livro foi considerado uma grande obra literária e adaptado para o cinema, o teatro e, também, virou ópera.

Vida Pessoal

A vida pessoal de Melville teve passagens difíceis. Aos 15 anos de idade o escritor teve que parar de estudar para trabalhar. Com a morte do pai a família começou a enfrentar dificuldades financeiras e ele precisou ajudar a mãe com as despesas da casa e a criação dos irmãos.

Tendo se ocupado de vários ofícios diferentes ao longo da juventude, Herman parte para o mar, empregando-se como tripulante em navios, onde vai participar de diversas situações inusitadas.

Depois de anos dessas aventuras, que renderam alguns livros a ele, Herman retorna aos Estados Unidos e, em 1847, casa-se com Elisabeth Shaw, com quem teria quatro filhos, Malcolm, Stanwix, Elizabeth e Frances.

O tempo trouxe um declínio na carreira de escritor e obrigou Melville a se empregar como inspetor da alfândega, em Nova Iorque, para poder sobreviver e sustentar a família. Ele trabalhou lá por 19 anos.

O casal enfrentou graves problemas familiares, em 1867, o filho mais velho, Malcolm se matou com um tiro, depois de ter tido uma discussão com Herman na noite anterior. O segundo filho, Stanwix, morreu de tuberculose em 1886, após um longo período de enfermidade. 

Herman Melville teve uma vida complicada e com momentos dramáticos, como a morte de dois filhos e a decadência como escritor, após um início de carreira muito bem-sucedido.

O autor veio a falecer em Nova Iorque, no dia 28 de setembro de 1891, aos 72 anos, vítima de um ataque cardíaco.

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Incompreendido

O caso de Herman Melville é um daqueles bem interessante, em que o autor só alcança o sucesso e a fama consagradora anos após a sua morte. Ele teve um início de carreira promissor, mas esta declinou rapidamente e o escritor conviveu com dificuldades financeiras para sustentar sua família, por conta da pouca venda de seus livros.

Curiosamente o livro que é considerado o marco do declínio da carreira de Melville é exatamente “Moby Dick”, que anos mais tarde seria consagrado mundialmente, tornando-se um dos maiores livros da história da literatura universal.

São situações de difícil compreensão, mas o importante mesmo é que a obra de Herman Melville sobreviveu ao tempo e hoje pode ser apreciada por todos.

Não há dúvidas de que Melville foi um grande escritor, criativo, observador e reflexivo produziu uma obra literária de grande qualidade, que merece toda a nossa reverência.

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Escritor Carlos Carvalho

Carlos Carvalho

Sou escritor, amante de literatura e apaixonado pelos mistérios criados por Agatha Christie. Escrevo contos, poesias e romances. Sendo o Romance Policial meu gênero literário preferido. Sou formado em Jornalismo e pós-graduado em Assessoria de Imprensa e Comunicação Empresarial.

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